Comandos – Operação Wegnnyen Negoye (ou Operation Hammer) na Republica Centro Africana

Na sequência do massacre de 54 pessoas por parte do grupo armado intitulado 3R (Return, Reclamation and Rehabilitation) na região de BOCARANGA (Sector Oeste da Republica Centro Africana), a missão das Nações Unidas na RCA (MINUSCA) lançou a Operação Wegnnyen Negoye (ou Operação Hammer) para responder à crise desencadeada pelos ataques do grupo islâmico armado.

Bocaranga encontra-se a cerca de 580 de Bangui, e a 5ª Força Nacional Destacada (FND) – MINUSCA QRF, que possuí a Companhia de manobra composta maioritariamente por Comandos Portugueses, em 25 Maio 2019 recebeu a ordem de projectar-se para BOCARANGA por um período de 30 dias. Esta projecção tinha o intuito de garantir a protecção dos civis na área, evitar mais ataques, confrontos ou tentativas de retaliação e parar qualquer movimento dos grupos armados na área.

Um porta-voz da MINUSCA referiu: “The operation provides, among other things, the establishment of temporary operational bases in certain localities,…”.

“The mission also expects the 3R to commit to demobilize and disarm immediately,” referiu o mesmo porta-voz da MINUSCA.

Para os Comandos, a missão iria consistir em estabelecer uma TOB (temporary operational base) a fim de conduzir patrulhamentos ofensivos a fim de expulsar elementos do grupo armado 3R nas localidades de LETELE, BOUKAYA e BOHONG e restringir a liberdade de movimentos a KOUI conforme prescrito no acordo de KARTUN. Os Comandos deviam também preparar-se para efectuar operações ofensivas em LETELE, BOHONG, BOUKAYA  e KOUI a fim de destruir posições do 3R e efectuar patrulhas de presença.

A projeção teve a duração de 31 dias em que a 24 Junho 2019 a 5FND/MINUSCA iniciou o seu movimento de retracção para BANGUI, que foi concluído em 25 Junho 2019.
Participaram nesta operação 152 militares, com 45 viaturas, das tipologias Hmmwv, Pandur e Unimog.

1º Batalhão Paraquedistas – Aprontamento RCA – Care Under Fire

No inicio do presente Mês de Julho de 2019, o 1ª Batalhão de Paraquedistas (BIPara), sediado em Tomar, no Regimento de Infantaria nº15, realizou mais um Exercicio integrado na sua preparação para a missão da ONU na Republica Centro Africana (RCA). Este treino baseou-se nos conceitos de Care Under Fire – CUF. Os procedimentos CUF são a primeira fase das três etapas do Tactical Combat Casualty Care – TCCC:

  1. Care Under Fire – CUF
  2. Tactical Field Care – TFC
  3. Tactical Evacuation Care – TACEVAC

As capacidades de TCCC de um unidade têm-se mostrado cruciais em todos os conflitos da ultima década. Milhares de vidas têm sido salvas devido as capacidades acrescidas dos militares com este tipo de formação e que estão integrados nas unidades de combate. Estes militares não pretendem substituir Médicos e Enfermeiros, no entanto, não é possível ter este pessoal especializado em todas as situações de combate e assim evita-se empenhá-los na frente de batalha. Com a criação de Combat Life Savers, Ranger Medics, SF 18DPararescue, Socorristas, etc., as unidades operacionais conseguem ter, na linha da frente, pessoal com conhecimentos básicos de Medicina de Combate que permitem estabilizar certos ferimentos que colocariam em risco de vida um militar ferido.

No caso do CUF, estamos a falar da fase inicial, em que o militar ferido está exposto a fogo directo ou indirecto por parte do inimigo. O que torna qualquer procedimento complexo e extremamente perigoso. Os militares do 1ºBIPara têm como objectivo que todos os militares que integram a unidade de manobra sejam capazes de executar os procedimentos básicos desta fase, o que poderá salvar a vida de um militar ferido até conseguirem evacua-lo para junto de pessoal especializado.

Os militares do 1º BIPara treinaram procedimentos maioritariamente relacionados com o controle de hemorragias graves que poderão colocar em risco de vida um militar ferido. Em caso de certos ferimentos um ser humano pode perder sangue tão rapidamente que em cerca de 3 três minutos falece, portanto é preciso estar preparado para executar certos procedimentos debaixo de fogo de modo a controlar essas hemorragias. Estes militares focaram-se no uso de Torniquetes (TQ) nos membros, com o uso de Torniquetes aprovados pelo comité de TCCC, como é o caso do TMT (Tactical Mechanical Tourniquet), e na aplicação de  Gaze Hemostática, como o Celox Rapid, ou  aplicadores de pó hemostático, como o Celox-A, que conseguem controlar hemorragias em cerca de 60 segundos em zonas como a axila, pescoço ou virilha onde o TQ não pode ser usado. Também foi dado ênfase à prevenção de pneumotórax hipertensivo com a rápida aplicação de um Cheast Seal, como o Fox Seal da Celox, nas perfurações que existam no Tórax.

O 1º BIPara irá ser a componente Operacional da 6ª Força Nacional (FND) Destacada para a RCA. A 6ª FND é constituída por 180 militares, na sua maioria do 1º BIPara, mas incluí militares de outras unidades, como os militares que operam as Viaturas PANDUR II 8×8 da Brigada de Intervenção, e elementos do TACP (Tactical Air Contro Party) da Força Aérea Portuguesa que desempenharão a função de JTAC (Joint Terminal Attack Controller). A Força será empregue a partir de Setembro como Força de Reação Rápida (Quick Reaction Force – QRF) da MINUSCA (United Nations Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic). Esta força ficará aquartelada em Bangui, capital da Republica Centro Afriana (RCA), no aquartelamento Francês com o nome de M´Poko.

No próximo dia 6 de Agosto de 2019, na cidade de Tomar, decorrerá a entrega do estandarte à 6ª FND RCA, símbolo da Pátria, que acompanhará os militares durante a sua missão naquele Teatro de Operações.

Queremos deixar aqui o desejo uma missão cheia de sucesso e glória. QUE NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM. Até breve…

 

Sodarca and AM General Partnership

IDEX 2019 – International Defence Exhibition & Conference

A IDEX – International Defence Exhibition & Conference, é a maior Exposição Internacional de Defesa que se realiza no Médio Oriente e Norte da África. Ocorre bi-anualmente sob o patrocínio de Sua Alteza o Xeique Khalifa bin Zayed Al Nahyan, Presidente dos Emirados Árabes Unidos e Comandante Supremo das suas Forças Armadas, e é organizado pela IDEX LLC (uma empresa do Grupo de Empresas Nacionais de Abu Dhabi: ADNEC – Abu Dhabi National Exhibitions Company) em conjunto com o Quartel General das Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos.

Este ano de 2019, a IDEX comemorou o seu jubileu de prata, com a maior edição desde o seu início, em 1993. Durou cinco dias, de 17 a 21 de Fevereiro, e foi um evento de muito prestigio para a os seus organizadores. Foram exibidas as mais recente linhas de produtos de defesa e soluções tecnológicas e foram assinadas várias parcerias estratégicas com empresas regionais e internacionais durante o evento de modo a melhorar os eventos futuros.

Alguns dos principais destaques foram dados às empresas locais, a Emirates Defense Industries Company (EDIC), onde incluíram o lançamento do Veículo Blindado Multi-Role Armoured Vehicle AJBAN 447A da NIMR. Outros lançamentos importantes incluíram um sistema de orientação de alta precisão para as bombas MK84, o Sejeel da Barij Dynamics e uma munição de 40 mm de alta velocidade da Barij Munitions.

A nível Internacional, participaram quase todos os gigantes da Defesa Mundial, com a exposição de fabricantes de armas ligeiras até às grandes viaturas militares. No que diz respeito a Portugal, estava presente toda a linha de armas ligeiras da FN Herstal assim como os Blindados ligeiros de rodas URO Vamtac do fabricante Urovesa. Podémos assim observar em primeira mão alguns dos mais recentes equipamentos que o Exército Português adquiriu recententemente através de concursos na NSPA (NATO Support and Procurement Agency).

Uma das grandes vantagens desta feira se realizar no Médio Oriente é que tanto as empresas do bloco Ocidental, como do bloco Oriental estão presentes, permitindo assim, a quem interessado, conhecer muitos dos equipamentos Russos e Chineses que equipam forças armadas ou grupos armados que estão neste momento em conflito com as nossas Forças armados ou os nossos aliados.

O centro de exposições contou com 1100 expositores, o que incluíu fabricantes locais e internacionais da industria da defesa e segurança, que ocuparam mais de 35.000 m² de espaço nas 12 salas de exposição da IDEX e no átrio exterior. Diariamente, a feira foi complementada com exibições ao vivo de equipamentos e das suas capacidades por parte de algumas marcas, assim como, de Forças Militares estacionadas na região.

Ao fim de 5 dias, compareceram mais de 124 370 visitantes, 1.213 representantes da comunicação social de 42 Países, e foram assinados, só na IDEX 2019, contratos de mais de 4 Biliões de Euro. Em que cerca de 65% dos negócios foram concedidos a empresas internacionais e 35% dos negócios concedidos a empresas dos Emirados Árabes Unidos.

Substituição da G3 - Rangers Special Forces FN SCAR-L ou FN SCAR MK16 New assault rifle for the Portuguese Army

Substituição da G3 – Exército Português escolhe nova Espingarda de Assalto – FN SCAR-L em 5,56x45mm

O Exército Português, os seus grupos de trabalho para a aquisição de armamento ligeiro e, as Forças Armadas em geral, estão hoje de Parabéns. Após décadas de atraso a usar uma espingarda automática inadecuada para a função de arma de assalto, Portugal finalizou o processo de aquisição da sua nova Espingarda de Assalto e em breve começará a ser re-equipado. Finalmente a G3 vai ser substituída.

A nossa revista teve acesso a algumas fotografias exclusivas da FN SCAR-L e FN SCAR-H que compartilhamos aqui em primeira mão com os nossos leitores.

A arma escolhido, fabricada pelo gigante da defesa FN Herstal, é a SCAR L em calibre 5,56x45mm. Esta é uma das melhores espingardas de assalto da actualidade, se não mesmo a melhor. Com uso extenso pelo Exército Belga, Norte Americano, Francês, Esloveno e Lituano, assim como inúmeras Forças Especiais Políciais de outras nações, esta é uma arma extremamente moderna, com tudo o que é requerido de uma arma para umas Forças Armadas bem equipadas e preparadas para combate de alta intensidade, e que apresenta uma fiabilidade e ergonomia adequada aos rigores do campo de batalha.

A escolha da nova espingarda de assalto vai influenciar muito positivamente a performance do Exército Português em combate. Isto porque não só estamos a re-equipar com um novo calibre (5,56x45mm) que permite aumentar em muito a probabilidade de impactos no inimigo (aquilo que no estrangeiro se chama de Hit Probability) em relação ao antigo calibre (7,62x51mm) que não consente grandes cadências e demora demasiado tempo a re-enquadrar a arma no alvo, como porque esta arma em especifico tem um sistema de amortecimento de recuo que permite ao militar não perder o alvo do seu enquadramento, mesmo em rajadas de fogo automático.

A substituição da Espingarda Automática G3 deverá começar já este ano de 2019, sendo que a Brigada de Reação Rápida terá a prioridade. Força de Operações Especiais, Comandos e Paraquedistas serão das primeiras unidades a receber a SCAR de modo a poder emprega-la nos teatros de operações onde estão empenhados.

Em complemento às espingardas de assalto, o Exército Português irá receber também algumas armas para atirador especial, que em em Inglês são conhecidas como Designated MArksman Rifle – DMR. A arma escolhida também é da FN Herstal, é a SCAR H em calibre 7,62x51mm. Esta é sem duvida, até ao momento, a melhor arma nesta categoria, deixando os rivais a anos de luz em fiabilidade, controlabilidade e peso.

Se quiser saber mais informação sobre a substituição da G3, e sobre o novo armamento ligeiro do Exército Português, faça o Download GRÁTIS da edição nº27 da nossa revista:

Revista Warrior(s) nº27 – FN Herstal no Exército

Commando Comando Kommando

Comandos – Aprontamento da 5ª FND Republica Centro Africana

Decorrente dos compromissos internacionais assumidos por Portugal, o Exército aprontou a 5ª Força Nacional Destacada (FND) para ser empregue na República Centro Africana (RCA). Hoje, dia 8 de Fevereiro de 2019, no Regimento de Comandos, na Serra da Carregueira, decorreu a entrega do estandarte à 5ª Força Nacionao Destacada para a RCA, símbolo da Pátria, que acompanhará os militares durante a sua missão naquele Teatro de Operações.

A 5ª FND é constituída por 180 militares, na sua maioria do Regimento de Comandos, mas incluí militares de outras unidades, como os militares que operam as Viaturas PANDUR II 8×8 da Brigada de Intervenção, e elementos do TACP (Tactical Air Contro Party) da Força Aérea Portuguesa que desempenharão a função de JTAC (Joint Terminal Attack Controller). A Força será empregue a partir de Março como Força de Reação Rápida (Quick Reaction Force – QRF) da MINUSCA (United Nations Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic). Esta força ficará aquartelada em Bangui, capital da Republica Centro Afriana (RCA), no aquartelamento Francês com o nome de M´Poko.

Tivemos o enorme prazer de acompanhar mais um aprontamento de uma Força Militar Portuguesa que irá cumprir uma missão no Estrangeiro. É com muito orgulho que acompanhamos e presenciamos o treino destes deste militares, tão importante importante para a missão que irão cumprir. Podemos constatar grande camaradagem, um grande ambiente de entreajuda e troca de conhecimentos, treino rigoroso e dirigido para o género de ameaças que poderão aparecer, e claro, a disciplina exigida a uma força militar que vai representar Portugal numa missão muito importante para as Nações Unidas.

Durante o aprontamento a Força preparou-se ao nível técnico, físico e psicologico, dotando os militares com as competências técnico profissionais necessárias ao cabal desempenho das suas tarefas. Pretendeu-se que a força fosse dotada com os recursos humanos e materiais necessários à sua organização de acordo com as Estruturas Orgânicas de Pessoal e Material Aprovadas, executando o aprontamento administrativo-logístico de forma célere e eficiente de forma a permitir, com os equipamentos adequados à missão, a realização completa do programa de formação e treino das tarefas a realizar no teatro de operações, acautelando a segurança e proteção da força, bem como as relacionadas com a sua sustentação.

Queremos deixar aqui o desejo uma missão cheia de sucesso e glória. A sorte protege os audazes. Até breve…

 

Fuzileiros Portugueses no Real Thaw 18

O exercício REAL THAW 2018 (RT18), que se realizou nos passados meses de Janeiro e Fevereiro, foi um exercício da Força Aérea, planeado e conduzido sob a égide do Comando Aéreo. O RT18 foi coordenado a partir da Base Aérea Nº5 (BA5), em Monte Real, onde se encontravam estacionados a maioria dos meios aéreos participantes. A edição deste ano envolveu, além da Força Aérea, da Marinha e do Exército Português, a participação de forças militares da Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Estados Unidos da América e ainda meios aéreos da NATO. Num total, participaram no exercício cerca de 1500 militares e 35 aeronaves.
Vem sendo usual, a integração de várias unidades navais da Marinha Portuguesa, quer de forma isolada quer integradas em força naval que permite exercitar, entre outras disciplinas tradicionais da guerra naval, a condução de operações anfíbias com o apoio e/ou simulação de ameaça aérea. Os Fuzileiros Portugueses, participaram neste Exercício com elementos do Batalhão Fuzileiros nº2, mais especificamente um Pelotão Anti-Carro e um Pelotão de Reconhecimento da Força de Fuzileiros nº1 (FFZ1) que se encontra pronta para emprego em todo o espetro de conflito e que em breve será enviada para Litunia enquadrada na missão de Assurance Measures da NATO.

O Corpo de Fuzileiros delineou como principal objectivo o treino em cenários de grande intensidade e complexidade, de modo a melhorar o conhecimento e experiência do emprego dos seus militares em situações operacionais exigentes. Este exercício foi de particular importância pois constitui-se como uma excelente oportunidade de interacção com meios de outros Ramos das Forças Armadas, assim como com meios de Países Aliados que estarão presentes no flanco leste da Aliança Atlântica. A possibilidade de uma missão na Republica Centro Africana também foi tida em conta. Embora ainda não exista nada definido, a existir uma 5ª FND (Força Nacional Destacada), a rotação de forças teria como lógica a presença dos Fuzileiros em África e este tipo de exercício é essencial para entrosar a força com o TACP (Tactical Air Control Party) e respectivos meios aéreos.

A Força de Fuzileiros conduziu as suas operações a partir do campo militar de Santa Margarida. O treino executado abrangeu diversas áreas, no entanto podemos destacar a condução de Raids nocturnos contra forças inimigas, operações de QRF (Quick Reaction Force) em apoio a elementos de Forças de Operações Especiais, a proteção a colunas motorizadas (Convoy Escorts) com apoio aéreo próximo. Esta força integrou na sua estrutura elementos JTAC/FAC (Joint Terminal Attack Controller/Forward Air Control) dos US Marines para coordenação das operações conjuntas com meios aéreos.
A nossa revista teve a oportunidade de acompanhar algumas das séries executadas . É sempre com enorme prazer que somos inseridos nas operações das Forças de Fuzileiros. Para além da simpatia e camaradagem que é singular na nossa Marinha, esta unidade de Elite das Forças Armadas Portuguesas proporciona-nos sempre óptimos momentos de foto-jornalismo devido à proficiência com que executa as manobras militares onde estamos presentes. Tal como se pode ver nas fotos que partilhamos, os Fuzileiros preparam-se intensamente para qualquer conflito militar que possa surgir no Horizonte, a Guerra não é vista de animo leve, e a qualquer momento poderão ser projectados para um teatro de operações, seja ele qual for.

A participação anual dos Fuzileiros no exercício RT18 constitui uma excelente oportunidade para manter alguns padrões de prontidão que exigem o emprego ou o apoio de meios aéreos nas operações que conduzem, ainda mais valorizado pelo intercâmbio com forças internacionais que também participam neste treino.

Durante o RT18 a Força Aérea executou, entre outras, missões de: Defesa do espaço aéreo; Apoio aéreo próximo a forças terrestres; Extração de elementos militares ou civis, com e sem ameaça aérea; Lançamento de carga por Pára-quedas.

Treino de Atirador Especial – 2º Batalhão Paraquedistas

O 2º Batalhão de Paraquedistas do Exército Português, no âmbito do seu plano anual de treino operacional realizou mais um estágio de aperfeiçoamento de combate para atirador especial – DESIGNATED MARKSMAN. Este foi ministrado no Regimento de Infantaria nº 10, na carreira de tiro da Gala e no Campo de Tiro de Alcochete.

Este estágio teve como objetivo desenvolver as capacidades dos atiradores especiais das secções de Paraquedistas e rentabilizar a utilização da espingarda de assalto Galil. Os atiradores especiais usam a mesma arma orgânica que o resto dos militares da secção, no entanto estão equipados com alças telescópicas que lhes permitem bater alvos a maiores distâncias. As Galil dos Paraquedistas estão equipada com alças Trijicon VCOG,  que substituíram recentemente as velhas alças Hensolt, capacitando os militares para baterem alvos de forma precisa até aos 500m, em proveito das ações de fogo e movimento da Secção e do Pelotão de Paraquedistas.

O estágio foi dividido em duas fases, uma primeira teórica, onde se abordam os fundamentos do tiro e outras temáticas como a balística externa e a aquisição de alvos. Uma segunda fase, constituída por exercícios de tiro começando pela precisão, posições de tiro no exterior e interior de viaturas, posições de tiro em contexto urbano, terminando com exercícios de tiro dinâmicos para diversos alvos e diferentes distâncias. 

As alças Trijicon VCOG são miras de alta qualidade de uma marca que muitas provas tem dado em combate. O modelo que equipa os paraquedistas está calibrado para as munições 5,56x45mm de modo a tirar o melhor partido da sua arma orgânica, assim como das futuras espingardas de assalto que irão equipar o Exército Português. Estas alças demonstraram ser de fácil adaptação e utilização, permitindo o empenhamento de alvos a curta distância bem como a médias distâncias, sendo notória a evolução dos atiradores que rapidamente se adaptaram aos novos equipamentos e deles souberam tirar partido, tendo-se alcançado elevados padrões de eficiência até aos 500m. Estas miras são de extrema robustez e e permitem mudar dos 0 para os 6 aumentos com muita facilidade. O seu retículo apresenta um compensador de queda do projéctil (Bullet Drop Compensator – BDC) que permite ao apontador facilmente corrigir os seus impactos consoante as distâncias a que se está a empenhar. Estas distancias também são facilmente estimadas usando o calculador de distâncias (Range Finder) incorporado no retículo da arma.

Os treinos de atirador especial são ministrados maioritariamente com recurso a alvos metálicos. A utilização destes alvos neste e noutro tipo de formações, demonstra possuir diversas vantagens de onde se destacam: uma aprendizagem mais rápida em virtude do feedback sonoro dado quando se atinge o alvo, rentabilização do tempo disponível uma vez que é mais fácil e rápido registar os impactos em diversos alvos a diferentes distâncias sem necessidade de se deslocar ao local, possuírem uma elevada resistência permitindo serem reutilizados inúmeras vezes com baixo custo de manutenção, e um índice de moralização elevado dos militares pois vêm resultados imediatos na evolução das suas capacidades.

República Centro Africana, 3ª Força Nacional Destacada

Partem amanhã, dia 5 de Março de 2018,  para a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), a 3ª Força Nacional Destacada (FND). Nesta fase são 138 militares (135 do Exército e 3 da Força Aérea), que se irão juntar a um destacamento avançado de 21 militares que já se encontram no terreno desde o dia 18 de Fevereiro. A FND na MINUSCA ficará aquartelada em Bangui capital da Republica Centro Afriana (RCA), no aquartelamento Francês com o nome de M´Poko. Constitui-se como Força de Reação Rápida sob controlo operacional da componente militar desta missão das Nações Unidas, atualmente sob comando do tenente-general Balla Keita, do Senegal.

A 3ªFND deu inicio ao seu aprontamento a 04 de Setembro de 2017,tendo o seu terminus a 16 de Fevereiro de 2018. É constituída por um efetivo de 159 militares, estrutura-se com um Comando e Estado-Maior, Destacamento de Apoio com os módulos de Comunicações, Sanitário, Manutenção, Alimentação, Reabastecimento/Serviços e Modulo de Engenharia, 3 Pelotões do 1º Batalhão de Paraquedistas e uma Equipa de controlo Aéreo Tático (TACP) da Força Aérea Portuguesa.

Durante o aprontamento a Força preparou-se ao nível técnico, físico e psicologico, dotando os militares com as competências técnico profissionais necessárias ao cabal desempenho das suas tarefas. Pretendeu-se que a força fosse dotada com os recursos humanos e materiais necessários à sua organização de acordo com as Estruturas Orgânicas de Pessoal e Material Aprovadas, executando o aprontamento administrativo-logístico de forma célere e eficiente de forma a permitir, com os equipamentos adequados à missão, a realização completa do programa de formação e treino das tarefas a realizar no teatro de operações, acautelando a segurança e proteção da força, bem como as relacionadas com a sua sustentação.

A 3ª FND é Comandada pelo Tenente-Coronel Pára-quedista João Bernardino. Este referiu-nos que no seu planeamento deliberou que o aprontamento teria de assentar em três vetores essenciais: Disciplina, Treino e Motivação. E foi isso mesmo que presenciamos nos dias que acompanhamos os militares que amanhã partem para a RCA, muita camaradagem, um grande ambiente de entreajuda e troca de conhecimentos, treino rigoroso e dirigido para o género de ameaças que poderão aparecer, e claro, a disciplina exigida a uma força militar que vai representar Portugal numa missão muito importante para as Nações Unidas.

Para breve iremos fazer uma reportagem mais alargada sobre o treino dos militares do 1º Batalhão de Paraquedistas que são a unidade principal de combate desta 3ª FND.

Durante o aprontamento a FND levou a efeito uma campanha de solidariedade com vista ao apoio das populações da RCA. Esta campanha teve o intuito de entregar nos locais mais necessitados, material e equipamento escolar e de desporto, contribuindo assim para a aproximação dos povos Português e Centro Africano.

Foi também criado um núcleo de apoio às famílias dos militares em missão, de modo a que seja mais fácil o contacto entre os militares e os respetivos familiares e amigos.

Queremos deixar aqui o desejo uma missão cheia de sucesso e glória. Até breve, QNPVSC…

 

Em 2018 Portugal comanda a European Union Training Mission Republica Centro Africana

No âmbito da Global Strategy da União Europeia, e no quadro da política de Segurança e Defesa da União Europeia (CSDP) em curso, decorrem três operações militares no continente africano, nomeadamente, no Mali, República Centro Africana (RCA) e Somália.

A legitimidade da missão da European Union Training Mission (EUTM) RCA decorre das decisões assumidas pela União Europeia de acordo com a solicitação efetuada pelas autoridades da República Centro Africana.  A sua execução compreende uma coordenação continua com outras Organizações Internacionais presentes na RCA. A imparcialidade constitui um elemento essencial para o cumprimento da missão, para assegurar a evolução do processo de transição para o da reconciliação que conjugado com a salvaguarda e permanência das populações no seu país, viabilizam a obtenção de melhores condições para o desenvolvimento da RCA.

De acordo com as determinações superiores do Estado Português, o General CEMGFA, tendo por base a sua diretiva iniciadora, mandou aprontar uma Força conjunta (militares dos três Ramos das forças Armadas) para o efeito, atribuindo ao Exército a responsabilidade do seu aprontamento e sustentação. No quadro da preparação do Contingente Português para o cumprimento da EUTM RCA 2018, o Exército, através da Brigada de Intervenção (BrigInt) e do Regimento de Artilharia Antiaérea N. º1 (RAAA1) constituíram-se como unidades aprontadora e mobilizadora, respetivamente.

Em outubro de 2017 desenvolveu-se o planeamento para o Aprontamento. A 02 de novembro de 2017 foi iniciado o treino operacional orientado para a missão do contingente português, constituído por militares dos três ramos das Forças Armadas que integram um quartel-general conjunto e multinacional, com um efetivo total de 170 militares oriundos de 12 países da UE e outros estados como sejam a Bósnia Herzegovina, a Sérvia e a Geórgia. O Brigadeiro-General Hermínio Maio, do Exército Português comanda a missão European Union Training Mission (EUTM) RCA durante o ano de 2018 (EUTM RCA 18).

A EUTM RCA 18 contribui para a preparação e implementação da reforma do setor de defesa através de três linhas de ação principais: i) Assessoria estratégica ao Ministério de Defesa e Estado-Maior das Forças Armadas da República Centro Africana; ii) Formação de Oficiais e Sargentos selecionados das Forças Armadas da República Centro Africana (FACA); iii) Execução de Treino Operacional de Unidades selecionadas das Forças Armadas da República Centro Africana. A complexidade da missão e a sua volatilidade fazem-nos lembrar a tríade caluswitzina: povo, FFAA e governo. Assim julga-se que a obtenção de efeitos complementares entre as FACA e a população associadas ao cumprimento da sua missão em todo o território da RCA, devam acontecer de acordo com o conceito do Integrated Approach da UE.

A missão EUTM RCA 18 integra-se na estrutura abrangente da Reforma do Setor de Segurança, exercendo o esforço de ação em Bangui, durante os primeiros dois anos de mandato, em permanente coordenação com outros atores e atividades, nomeadamente, a missão das Nações Unidas para a República Centro Africana (MINUSCA) e com a Delegação da União Europeia.

Considerando o sistema abrangente de treino no exército (SATEX), e os requisitos operacionais no quadro do treino orientado para a missão, foram avaliadas, e validadas as competências em diferentes áreas tais como: preparação médico-sanitária, administrativo-logística, atividades de formação específicas (i.e., Pre-Deployment Training, Anthena, Francês, Inglês, Emergência Médica, outros), a realização provas de aptidão física, de tabelas de tiro de combate estáticas e dinâmicas de armamento ligeiro, a análise e identificação de necessidades de aperfeiçoamento de normas de execução permanente afetas ao trabalho de estado-maior e de procedimentos táticos padrão associados (i.e., sistematização do uso das regras de empenhamento), a realização de reconhecimento de Comandantes onde foram desenvolvidos contactos com o escalão superior da Missão, sediado em Bruxelas bem como, com o contingente da União Europeia em BANGUI e, com a Quick Reaction Force Portuguesa que cumpre a missão  das Nações Unidas na RCA.

No dia 19 de dezembro de 2017 realizou-se a visita do Diretor General do Military Planning Conduct Capability, TGen Elsa Pulkkinen, Comandante das missões militares da UE em África. Em 20 de Dezembro de 2017, concretizou-se a reunião de trabalho da Inspeção Geral do Exército com o contingente EUTM RCA 18, materializada com a visualização de uma demonstração tática e com a apresentação sobre o aprontamento e missão, com a finalidade de alavancar a conclusão do processo de certificação nacional em curso.

Constitui uma honra e um privilégio para os Soldados de Portugal e da União Europeia, contribuir para a paz e estabilidade na República Centro Africana, que num conceito de continuidade e aperfeiçoamento contínuos visam alavancar a segurança e o desenvolvimento da RCA, cujo valor se reconhece como intangível para a defesa dos interesses dos cidadãos da União Europeia e de África.

2º Batalhão de Infantaria Paraquedista BIPARA

Exercicio Ares17 – 2º Batalhão de Paraquedistas

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No Mês de Novembro de 2017 o 2º Batalhão de Páraquedistas, reforçados pela Companhia de Precursores, a Secção de Cães de Guerra, e em coordenação com a Força Aérea  realizou o Exercício Ares17. Este exercício serviu para treinar infiltrações por Paraquedas de pequenas unidades (escalão Pelotão), de modo a posicionar  rapidamente militares em zonas estratégicas distintas,  com o objectivo de, de seguida executar missões de perseguição de grupos armados e destruição das suas posições armadas.

Após a infiltração por Para-quedas, 3 Pelotões iniciaram a marcha nocturna apeada até aos objectivos designados. Ao longo de cerca de 25km, a força teve de ser completamente autónoma pois não existia qualquer capacidade de reabastecimento. Isto implicou um planeamento adequado do equipamento a levar, especialmente a nível de poder de fogo. Com múltiplos grupos armados na zona e com a expectativa de múltiplas ações de contacto com o inimigo os Paraquedistas foram preparados para o pior. Embora possuam aparelhos de visão nocturna, estes ainda não são em números suficientes e estão um pouco ultrapassados, isto foi muito evidente neste exercício que mais uma vez serviu para tirar lições para futuras missões. A capacidade de combate nocturna é essencial, e a lacuna nesta capacidade dificultou muito a actuação dos militares neste exercício.

Felizmente os Batalhões de Paraquedistas estão a ser equipados com material de grande qualidade. Para além da protecção individual de cada militar ter melhorado muito com os novos capacetes e coletes táticos, o equipamento permite transportar mais carregadores prontos a usar, e no caso das equipas de Metralhadora Mg3, o transporte de fitas mais acessíveis e protegidas de sujidades. Os Paraquedistas estão em vantagem sobre a maioria das outras Forças Especiais Portugueses pois, para além das Forças de Operações Especiais do Exército e da Marinha, são a única força que está equipada com uma espingarda de assalto.

A Galil em 5,56x45mm é uma arma antiga, no entanto ainda com bastante polivalência (especialmente as que já estão equipadas com rails da Brügger & Thomet),  mas que em tudo é superior ao uso da espingarda automática G3. Neste caso, os militares do 2º Batalhão de Paraquedistas conseguiram cada um transportar 9 carregadores ( 315 munições prontas para combate) o que se revelou fundamental para garantir um volume de fogos suficientes para dar resposta às ações de contacto que foram aparecendo ao longo da missão. Para além da evidente facilidade em transportar mais munições, também é muito mais fácil fazer fogo eficaz com esta arma, o que faz com que qualquer supressão do inimigo seja empregue com mais letalidade. Para além disso, se pensarmos que às distancias normais de combate moderno, a energia cinética da munição 5,56x45mm é tal que permite perfurar a maioria da blindagem individual, coisa que não acontece com o calibre 7,62x51mm que é mais lento e pesado e é apenas útil para grandes distancias (o que apenas acontece em confrontos em situações muito esporádicas e em teatros mais desérticos ou árticos), o uso do calibre 5,56x45mm é mais indicado para a maioria dos confrontos da actualidade.

O Exercício serviu para afinar muitos aspectos técnicos táticos importantes, tanto ao nível do combate nocturno como ao nível da avaliação de equipamentos novos e da lacuna de outros. Nos últimos dias do Ares17 foram realizadas algumas sessões de tiro real de modo a aprimorar todas as capacidades individuais e colectivas dos Paraquedistas envolvidos nas manobras militares. A nossa revista teve o previlégio de poder acompanhar todo o desenrolar do mesmo e para breve teremos também alguns vídeos para os nossos leitores apreciarem.