Fuzileiros Portugueses no Real Thaw 18

O exercício REAL THAW 2018 (RT18), que se realizou nos passados meses de Janeiro e Fevereiro, foi um exercício da Força Aérea, planeado e conduzido sob a égide do Comando Aéreo. O RT18 foi coordenado a partir da Base Aérea Nº5 (BA5), em Monte Real, onde se encontravam estacionados a maioria dos meios aéreos participantes. A edição deste ano envolveu, além da Força Aérea, da Marinha e do Exército Português, a participação de forças militares da Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Estados Unidos da América e ainda meios aéreos da NATO. Num total, participaram no exercício cerca de 1500 militares e 35 aeronaves.
Vem sendo usual, a integração de várias unidades navais da Marinha Portuguesa, quer de forma isolada quer integradas em força naval que permite exercitar, entre outras disciplinas tradicionais da guerra naval, a condução de operações anfíbias com o apoio e/ou simulação de ameaça aérea. Os Fuzileiros Portugueses, participaram neste Exercício com elementos do Batalhão Fuzileiros nº2, mais especificamente um Pelotão Anti-Carro e um Pelotão de Reconhecimento da Força de Fuzileiros nº1 (FFZ1) que se encontra pronta para emprego em todo o espetro de conflito e que em breve será enviada para Litunia enquadrada na missão de Assurance Measures da NATO.

O Corpo de Fuzileiros delineou como principal objectivo o treino em cenários de grande intensidade e complexidade, de modo a melhorar o conhecimento e experiência do emprego dos seus militares em situações operacionais exigentes. Este exercício foi de particular importância pois constitui-se como uma excelente oportunidade de interacção com meios de outros Ramos das Forças Armadas, assim como com meios de Países Aliados que estarão presentes no flanco leste da Aliança Atlântica. A possibilidade de uma missão na Republica Centro Africana também foi tida em conta. Embora ainda não exista nada definido, a existir uma 5ª FND (Força Nacional Destacada), a rotação de forças teria como lógica a presença dos Fuzileiros em África e este tipo de exercício é essencial para entrosar a força com o TACP (Tactical Air Control Party) e respectivos meios aéreos.

A Força de Fuzileiros conduziu as suas operações a partir do campo militar de Santa Margarida. O treino executado abrangeu diversas áreas, no entanto podemos destacar a condução de Raids nocturnos contra forças inimigas, operações de QRF (Quick Reaction Force) em apoio a elementos de Forças de Operações Especiais, a proteção a colunas motorizadas (Convoy Escorts) com apoio aéreo próximo. Esta força integrou na sua estrutura elementos JTAC/FAC (Joint Terminal Attack Controller/Forward Air Control) dos US Marines para coordenação das operações conjuntas com meios aéreos.
A nossa revista teve a oportunidade de acompanhar algumas das séries executadas . É sempre com enorme prazer que somos inseridos nas operações das Forças de Fuzileiros. Para além da simpatia e camaradagem que é singular na nossa Marinha, esta unidade de Elite das Forças Armadas Portuguesas proporciona-nos sempre óptimos momentos de foto-jornalismo devido à proficiência com que executa as manobras militares onde estamos presentes. Tal como se pode ver nas fotos que partilhamos, os Fuzileiros preparam-se intensamente para qualquer conflito militar que possa surgir no Horizonte, a Guerra não é vista de animo leve, e a qualquer momento poderão ser projectados para um teatro de operações, seja ele qual for.

A participação anual dos Fuzileiros no exercício RT18 constitui uma excelente oportunidade para manter alguns padrões de prontidão que exigem o emprego ou o apoio de meios aéreos nas operações que conduzem, ainda mais valorizado pelo intercâmbio com forças internacionais que também participam neste treino.

Durante o RT18 a Força Aérea executou, entre outras, missões de: Defesa do espaço aéreo; Apoio aéreo próximo a forças terrestres; Extração de elementos militares ou civis, com e sem ameaça aérea; Lançamento de carga por Pára-quedas.

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Treino de Atirador Especial – 2º Batalhão Paraquedistas

O 2º Batalhão de Paraquedistas do Exército Português, no âmbito do seu plano anual de treino operacional realizou mais um estágio de aperfeiçoamento de combate para atirador especial – DESIGNATED MARKSMAN. Este foi ministrado no Regimento de Infantaria nº 10, na carreira de tiro da Gala e no Campo de Tiro de Alcochete.

Este estágio teve como objetivo desenvolver as capacidades dos atiradores especiais das secções de Paraquedistas e rentabilizar a utilização da espingarda de assalto Galil. Os atiradores especiais usam a mesma arma orgânica que o resto dos militares da secção, no entanto estão equipados com alças telescópicas que lhes permitem bater alvos a maiores distâncias. As Galil dos Paraquedistas estão equipada com alças Trijicon VCOG,  que substituíram recentemente as velhas alças Hensolt, capacitando os militares para baterem alvos de forma precisa até aos 500m, em proveito das ações de fogo e movimento da Secção e do Pelotão de Paraquedistas.

O estágio foi dividido em duas fases, uma primeira teórica, onde se abordam os fundamentos do tiro e outras temáticas como a balística externa e a aquisição de alvos. Uma segunda fase, constituída por exercícios de tiro começando pela precisão, posições de tiro no exterior e interior de viaturas, posições de tiro em contexto urbano, terminando com exercícios de tiro dinâmicos para diversos alvos e diferentes distâncias. 

As alças Trijicon VCOG são miras de alta qualidade de uma marca que muitas provas tem dado em combate. O modelo que equipa os paraquedistas está calibrado para as munições 5,56x45mm de modo a tirar o melhor partido da sua arma orgânica, assim como das futuras espingardas de assalto que irão equipar o Exército Português. Estas alças demonstraram ser de fácil adaptação e utilização, permitindo o empenhamento de alvos a curta distância bem como a médias distâncias, sendo notória a evolução dos atiradores que rapidamente se adaptaram aos novos equipamentos e deles souberam tirar partido, tendo-se alcançado elevados padrões de eficiência até aos 500m. Estas miras são de extrema robustez e e permitem mudar dos 0 para os 6 aumentos com muita facilidade. O seu retículo apresenta um compensador de queda do projéctil (Bullet Drop Compensator – BDC) que permite ao apontador facilmente corrigir os seus impactos consoante as distâncias a que se está a empenhar. Estas distancias também são facilmente estimadas usando o calculador de distâncias (Range Finder) incorporado no retículo da arma.

Os treinos de atirador especial são ministrados maioritariamente com recurso a alvos metálicos. A utilização destes alvos neste e noutro tipo de formações, demonstra possuir diversas vantagens de onde se destacam: uma aprendizagem mais rápida em virtude do feedback sonoro dado quando se atinge o alvo, rentabilização do tempo disponível uma vez que é mais fácil e rápido registar os impactos em diversos alvos a diferentes distâncias sem necessidade de se deslocar ao local, possuírem uma elevada resistência permitindo serem reutilizados inúmeras vezes com baixo custo de manutenção, e um índice de moralização elevado dos militares pois vêm resultados imediatos na evolução das suas capacidades.

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República Centro Africana, 3ª Força Nacional Destacada

Partem amanhã, dia 5 de Março de 2018,  para a Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), a 3ª Força Nacional Destacada (FND). Nesta fase são 138 militares (135 do Exército e 3 da Força Aérea), que se irão juntar a um destacamento avançado de 21 militares que já se encontram no terreno desde o dia 18 de Fevereiro. A FND na MINUSCA ficará aquartelada em Bangui capital da Republica Centro Afriana (RCA), no aquartelamento Francês com o nome de M´Poko. Constitui-se como Força de Reação Rápida sob controlo operacional da componente militar desta missão das Nações Unidas, atualmente sob comando do tenente-general Balla Keita, do Senegal.

A 3ªFND deu inicio ao seu aprontamento a 04 de Setembro de 2017,tendo o seu terminus a 16 de Fevereiro de 2018. É constituída por um efetivo de 159 militares, estrutura-se com um Comando e Estado-Maior, Destacamento de Apoio com os módulos de Comunicações, Sanitário, Manutenção, Alimentação, Reabastecimento/Serviços e Modulo de Engenharia, 3 Pelotões do 1º Batalhão de Paraquedistas e uma Equipa de controlo Aéreo Tático (TACP) da Força Aérea Portuguesa.

Durante o aprontamento a Força preparou-se ao nível técnico, físico e psicologico, dotando os militares com as competências técnico profissionais necessárias ao cabal desempenho das suas tarefas. Pretendeu-se que a força fosse dotada com os recursos humanos e materiais necessários à sua organização de acordo com as Estruturas Orgânicas de Pessoal e Material Aprovadas, executando o aprontamento administrativo-logístico de forma célere e eficiente de forma a permitir, com os equipamentos adequados à missão, a realização completa do programa de formação e treino das tarefas a realizar no teatro de operações, acautelando a segurança e proteção da força, bem como as relacionadas com a sua sustentação.

A 3ª FND é Comandada pelo Tenente-Coronel Pára-quedista João Bernardino. Este referiu-nos que no seu planeamento deliberou que o aprontamento teria de assentar em três vetores essenciais: Disciplina, Treino e Motivação. E foi isso mesmo que presenciamos nos dias que acompanhamos os militares que amanhã partem para a RCA, muita camaradagem, um grande ambiente de entreajuda e troca de conhecimentos, treino rigoroso e dirigido para o género de ameaças que poderão aparecer, e claro, a disciplina exigida a uma força militar que vai representar Portugal numa missão muito importante para as Nações Unidas.

Para breve iremos fazer uma reportagem mais alargada sobre o treino dos militares do 1º Batalhão de Paraquedistas que são a unidade principal de combate desta 3ª FND.

Durante o aprontamento a FND levou a efeito uma campanha de solidariedade com vista ao apoio das populações da RCA. Esta campanha teve o intuito de entregar nos locais mais necessitados, material e equipamento escolar e de desporto, contribuindo assim para a aproximação dos povos Português e Centro Africano.

Foi também criado um núcleo de apoio às famílias dos militares em missão, de modo a que seja mais fácil o contacto entre os militares e os respetivos familiares e amigos.

Queremos deixar aqui o desejo uma missão cheia de sucesso e glória. Até breve, QNPVSC…

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