Exercício Mar Verde 023 do Curso de Fuzileiros

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O mítico exercício “Mar Verde” dos Cursos de Formação de Oficiais Fuzileiros e de Formação Complementar de Praças Fuzileiros, ocorrido entre 6 e 13 de novembro de 2023, representou dias de intenso treino e avaliação, onde os formandos foram postos à prova em todos os conhecimentos adquiridos durante os 5 meses de curso.

Este exercício decorreu nas áreas de Pinheiro da Cruz, Troia e Estuário do Sado, oferecendo assim uma área de operações variada e com as dimensões ideais à execução de operações anfíbias e operações terrestres, caraterizadores de um exercício exigente como o “Mar Verde”.

Tivemos mais uma vez o prazer de acompanhar algumas das operações anfíbias executas pelos Fuzileiros antes de ganharem a Boina azul ferrete que distingue os militares desta força especial Portuguesa. Desde o planeamento, até a inserção por bote, descolação até ao objectivo, assalto e retração, tudo executado de noite, estes Fuzileiros mostraram mais uma vez porque são uma Força Especial altamente qualificada.

Os Fuzileiros são considerados uma força ligeira, altamente flexivel e que utiliza a sua mobilidade aquatica para se posicinar furtivamente na zona do objectivo e assim atacar o inimigo com surpresa e elevado poder de fogo, de modo a saturar as defesas inimigas e assim alcançar uma vitória contundente.

A tradicional marcha final ocorreu na noite de 12 para 13 de novembro, e teve início na praia de Albarquel (Setúbal) pelas 17h25 e terminou na Escola de Fuzileiros às 03h33 após percorridos cerca de 52 km, que incluíram atravessar a Serra da Arrábida.

Representando o fim do exercício “Mar Verde”, também ele o culminar da formação técnica específica de Fuzileiro, a marcha exige dos alunos um particular espírito de sacrifício e de interajuda, bem como a revelação do querer e da capacidade de se superar própria dos Fuzileiros.

Na chegada à Escola de Fuzileiros, os 09 alunos do Curso de Formação Oficias e os 27 alunos do Curso de Formação Complementar de Praças Fuzileiros foram recebidos numa cerimónia simples, mas cheia de significado junto ao monumento do Fuzileiro e onde receberam das mãos dos seus formadores o distintivo do Curso de Fuzileiros.

Veja também um excerto do Vídeo de uma operação ribeirinha em que os Fuzileiros são inseridos de noite, por bote, numa área controlada pelo inimigo.

2º Batalhão de Paraquedistas, a 14ª Força Nacional Destacada para a Republica Centro Africana

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O aprontamento do 2º Batalhão de Paraquedistas (2º BIPara) e dos restantes elementos do Exército, Força Aérea e Marinha que constituem a 14ª Força Nacional Destacada (FND) para a Republica Centro Africana (RCA) ficou concluído no corrente Mês, com a entrega do Estandarte Nacional a 10 de Novembro de 2023.

Os primeiros elementos desta força já foram projectados para a RCA e preparam assim a chegada do resto do contigente à base da MINUSCA em Bangui (capital da RCA) e assim poderem ser empregues como Força de Reação Rapida (Quick Reaction Force – QRF) podendo intervir em qualquer zona do País.

A 14ª FND é constituída tendo como base o 2º Batalhão de Infantaria Paraquedista, unidade do encargo operacional da Brigada de Reação Rápida (BRR) do Exército Português. Esta FND apresenta a seguinte constituíção:

  • Comando e Estado-Maior;
  • Uma unidade de escalão companhia de manobra, constituída por 3 pelotões de Paraquedistas;
  • Um módulo conjunto de informações;
  • Um módulo de viaturas blindadas Pandur;
  • Uma equipa TACP (tactical air control party) da força aérea portuguesa;
  • Um destacamento de apoio, constituído por;
    • Comando;
    • Secção mini uav;
    • Módulo de route clearance;
    • Módulo sanitário;
    • Módulo de comunicações;
    • Módulo de reabastecimento e serviços;
    • Módulo de alimentação;
    • Módulo de manutenção.

A força tem um efetivo de 215 militares, oriundos de 27 unidades, estabelecimentos e órgãos do Exército, da Marinha (2 Fuzileiros) e da Força Aérea (3 TACP), nomeadamente 25 oficiais, 55 sargentos e 135 praças.

Esta Força será comandada pelo Tenente Coronel Vladimiro Cancela que na sua carreira, entre outras funções nas Forças Armadas, se destacam o Comando da companhia de Precursores  Aeroterrestres, 2º Comandante do 2º BIPara e Comandante do Batalhão Operacional Aeroterrestre. Esteve também presente em várias missões Internacionais em teatros de operações como o  Kosovo, Afeganistão, Bósnia e Republica Centro Africana.

A Força, de acordo com os meios humanos e materias, assim como o treino desenvolvido, terá a capacidade para:

  • Efetuar a proteção de civis;
  • Efetuar operações de vigilância e de recolha de informações;
  • Executar Patrulhas de Segurança;
  • Proteger entidades ou outras Forças;
  • Efetuar reconhecimentos na Área de Operações;
  • Responder reactivamente a uma crise em evolução rápida;
  • Executar operações de Cerco e Busca;
  • Segurar/negar a utilização do terreno ou de infraestruturas–chave;chave;
  • Dirigir a execução de fogos de helicópteros de ataque;
  • Executar operações de extração/resgate quando autorizado;
  • Executar atividades CIMIC (Civil Military Activities).

Tivemos mais uma vez o prazer de acompanhar alguns do exercícios de preparação do 2º BIPara, que, como é seu apanágio, aplicam um MINDSET de combate muito directo, agressivo e eficaz. Este Batalhão beneficia de Veteranos do teatro de Operações da RCA, o que depois se vê espelhado no tipo de treino que foi incutido neste aprontamento e assim poderem combater o ambiente Volátil, Incerto, Complexo, ,Ambíguo e Urbano (VICAU), existente naquele País.

Com o treino muito focado na intervenção contra os grupos armados que atacam as populações civis da RCA, assitimos a uma demonstração do 2º BIPara onde se executava um golpe de mão para prender ou eliminar um grupo armado que havia executado várias atrocidades contra os civis. Os Portugueses limparam assim um compound, numa exibição de poder de fogo e coordenação, que culminou com os objectivos cumpridos, mesmo fazendo face à complexa missão que é trabalhar em áreas edificadas.

Queremos deixar aqui o nosso agradecimento ao Exército e aos elementos que constítuem a 14ª FND pela amizade que tiveram para com a nossa revista e nos proporcionaram estas belas imagens. Os elementos do 2º BIPara tratam-nos sempre com grande camaradagem o que facilita em muito o nosso trabalho de divulgação das Forças Armadas Portuguesas.

Desejamos a todos uma excelente missão.

Pode ver algumas imagens, de partes do treino executado pelo 2º Batalhão de Paraquedistas do Exército Português a quando do aprontamento da 14ªFND:

Pode também ver aqui um vídeo de um treino de arrombamento e brecha do 2º Batalhão de Paraquedistas:

TACP da Força Aérea Portuguesa no Exercício Hot Blade 2023

Este artigo tem o patrocínio da ARISTA Aviation e Sodarca Defense

Black Hawk recondicionado para as forças Policiais nos Estados Unidos (foto da Arista Aviation).

Tivemos mais uma vez o prazer e a honra de acompanhar o TACP (Tactical Air Control Party) da Força Aérea Portuguesa no exercício Hot Blade 023 (HB23). O TACP também conhecidos em Português como Destacamento de Controlo Aéreo Tático ou até mesmo por Controladores Aéreos Avançados,  foi implementado em Portugal em 1996 e poderá ser descrito como um conjunto de pequenas equipas (na sua versão base atual com 2 militares, podendo no entanto variar em tamanho, dependendo da unidade terrestre que apoiam ou da missão para que são requisitados) tendo como tarefa a gestão do espaço aéreo em áreas remotas, com o objetivo de guiar aeronaves em operações militares.

Estas equipas desenvolvem as suas ações à volta do militar com a qualificação de JTAC (Joint Terminal Attack Controller). Este militar executa o guiamento de aeronaves de combate de asa fixa ou rotativa, a partir de uma posição avançada no terreno, em franca proximidade com forças inimigas, integrando o armamento aéreo com o fogo e movimento das unidades terrestres, sendo estas ações aéreas designadas como Apoio Aéreo Próximo (CAS – Close Air Support). Esta designação de JTAC, anteriormente era mais conhecida como FAC (Forward Air Controller), no entanto em algumas Forças Armadas ainda é esta a sua designação oficial. Em Portugal, uma equipa TACP de 2 elementos é constituída por um JTAC e por um Operador de Sistemas, podendo ser sempre reforçada por um Air Liaison Officer (ALO), Oficial de ligação à força apoiada.

O HB23 é um exercício de helicópteros organizado pela Força Aérea Portuguesa, no âmbito do Helicopter Exercise Programme, da Agência Europeia de Defesa (EDA), e está a  decorrer a partir da Base Aérea N.º 11, em Beja, de 7 a 23 de Junho 2023. Conta com a participação de cerca de 750 militares e 25 meios aéreos (15 helicópteros e 10 aeronaves de asa fixa) de Portugal, Áustria, Bélgica, República Checa, Eslováquia e Suíça.

O objetivo passa por aumentar a interoperabilidade das operações entre os Estados-Membros da EDA, expondo as forças armadas participantes a um ambiente operacional complexo, no qual podem treinar técnicas, táticas e procedimentos, preparando-as para alguns dos atuais teatros de conflito e missões de apoio humanitário.

Neste exercício tivemos o privilégio de acompanhar em primeira mão a inserção de um elemento do TACP por salto de Paraquedas em Tandem guiado por um elemento da Companhia de Precursores Aeroterrestres (CPrecs) do Exército Português. Alguns dos elementos da CPrecs têm também formação de CCT (Combat Control Team) pelo que aliaram esforços para conduzir um complexa manobra aerotransportada que implicou um assalto aéreo de Helicopteros Belgas e Suiços pelo 2º Batalhão de Paraquedistas como força de cerco, seguido de uma ação directa no objectivo pela Força de Operações Especiais do Exército transportada por EH101 Português e Mi171 Checo, com Top Cover pelo Destacamento de Ações Especiais da Marinha em dois Koalas Portugueses, seguido de um Vehicle Interdiction pelos mesmos. Culminado com o apoio e extração da FOE por uma Quick Reaction Force de Comandos em viaturas VAMTAC e um Med Evac por um BlackHawk Eslovaco com militares do NOTP da FAP. No meio da complexa manobra ainda foi solicitado Close Air support (CAS) a um F16 Português.

 

Tal como o exercicio o voltou a demonstrar, o TACP assume-se como uma capacidade preponderante para as Forças Armadas Portuguesas, no âmbito da contribuição do poder aéreo para as operações terrestres. Nas palavras da Força Aérea Portuguesa “Esta unidade constitui-se como uma força de caráter expedicionário, flexível e modular a qualquer tipo de força terrestre ou anfíbia, capaz de operar a partir de locais remotos e de forma maioritariamnete autónoma, sob quaisquer condições meteorológicas, durante o dia ou noite.”

Mais uma vez gostaríamos de agradecer à Força Aérea, a todos os militares participantes no exercício, e especialmente aos elementos do TACP, toda a camaradagem e disponibilidade que mostraram para contribuir para esta reportagem fotográfica.

Veja também alguns Vídeos do Exercício.

Os Comandos no aprontamento da 13ª Força Nacional Destacada para a Republica Centro Africana

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O aprontamento dos Comandos do Exército Português e a respetiva 13ª Força Nacional Destacada (FND) para a Republica Centro Africana ficou no concluído no passado Mês de Abril de 2023.

Comprometido com os compromissos internacionalmente assumidos por Portugal, o Exército garante a prontidão e o emprego da componente terrestre das Forças Armadas, através da geração, preparação, aprontamento e sustentação das suas Forças, como contribuinte ativo para a Segurança e Paz Mundial. Neste âmbito, o Exército projetou na passada madrugada de 1 de junho de 2023 a 13.ª Quick Reaction Force Conjunta, no âmbito da Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic (13.ª QRF/MINUSCA), para o Teatro de Operações da República Centro-Africana.

A 13.ª Quick Reaction Force (13QRF) teve como unidade mobilizadora o Regimento de Comandos, e por base o Batalhão de Comandos. Esta força é composta por 215 militares, maioria do Exército Português, 2 dos Fuzileiros da Marinha Portuguesa e 4 do TACP da Força Aérea Portuguesa, tendo aprontado no Regimento de Comandos, no Quartel da Serra da Carregueira assim como utilizando outras unidades do Exército.

Esta força iniciou o seu Aprontamento a 21 de Novembro de 2022. Esta faze de preparação para a missão na RCA teve uma duração de 6 meses, e foi dividido em três fases; Aprontamento Administrativo-Logístico; Treino Orientado para a Missão; Preparação da Projeção.
Durante o Aprontamento foram usadas mais de duas dezenas de URO VAMTAC ST5, 4 PANDUR 8×8, assim como diversas viaturas administrativas.
A Companhia de Comandos, durante o Treino Orientado para a Missão, participou em diversos exercícios, desde o escalão de Grupo de combate até Companhia: ESTIO 222, MORCEGO 231, exercício conjunto com a equipa TACP (Tactical Control Air Party), ESTIO 231, culminando com o BANGUI 231.

Além dos exercícios toda a Companhia, ou Força, teve formação ou treino em: TCCC/TC3 (Tactical Combat Casualty Care), Condução Todo o Terreno, Combate em Ambiente Urbano, Combate em Ambiente Normal (Convencional), Tiro com armas individuais e coletivas (desde individual a escalão grupo de Combate), Combate corpo a corpo e Krav Maga e todas as TTP (Técnicas Táticas e Procedimentos) de combate.

As missões anteriores, demonstraram a importância de se conseguir operar nas aldeias e cidades daquele País. Os grupos armados têm-se refugiado em várias localidades onde muitas das vezes as operações acabam por resultar em buscas casa a casa, o que aumenta significativamente o perigo para os militares envolvidos. Os Comandos deram assim bastante enfase ao treino com áreas edificadas (MOUT-Military Operations in Urban Terrain) e ao combate a curtas distancias que se poderá desenvolver nessas áreas (CQB – Close Quarters Battle).

Neste aprontamento tivemos a oportunidade de assistir a vários tipos de operações, no entanto damos especial enfase às operações de reforço de outras unidades em perigo, em que a QRF de Comandos é chamada a intervir e seguindo a sua doutrina de unidade extremamente musculada, usa de extrema violência pelo emprego de poder de fogo com um volume devastadoramente intenso e assim acabar rapidamente com qualquer ameaça que estivesse a atacar as forças aliadas.

Não podemos deixar aqui de não agradecer a camaradagem e amizade que os Militares do Regimento de Comandos têm sempre para com a nossa revista. É um prazer acompanhar militares com esta dedicação ao que é combater e sempre com o Mindset aguçado para a próxima batalha. Desejamos que a missão corra de feição a todos.

 

Avião de treino T6 Texan II e o seu irmão musculado de ataque ao solo, AT-6 Wolverine

Nos ultimos meses tem-se falado muito da possibilidade de a Força Aérea Portuguesa (FAP) adquirir uma esquadrilha de aeronaves a hélice para instrução de pilotos e depois também da aquisição de um pequeno número de aviões do mesmo género mas para  ataque ao solo em áreas de pouca ameaça anti-aérea.

Textron Aviation Defense (proprietária da Beechcraft) alcançou em Julho de 2022 mais um passo importante para o seu AT-6 Wolverine, com a certificação militar (U.S. Air Force military type certification – MTC).

AT-6 Wolverine diversified weapons suit

Com a venda de um lote importante às Forças Armadas dos Estados Unidos a Textron passa assim a poder concretizar vendas da aeronave a Países aliados, por meio do programa de vendas militares estrangeiras (Foreign Military Sales – FMS), patrocinado pelo governo dos EUA, e que torna o AT-6 ainda mais atrativo. O processo de aquisição por FMS não elimina, no entanto, o atual processo de vendas comerciais diretas (DCS – Direct Comercial Sales) que é sempre mais rápido, e na maioria da vezes mais eficiente em custo, e que se manterá para os clientes que assim o desejem. Também foram vendidos pacotes de treino para o TACT (Terminal Attack Control Trainer) da Marinha dos Estados Unidos para uso do AT-6 Wolverine no treino de uso de armamento real coordenado pelas equipas de FACs (forward air controllers) e JTACs (Joint terminal attack controllers).

O porquê de um avião de ataque ligeiro

Desde a guerra do Vietnam que houve na US Air Force uma sucessão de tentativas de colocar em campo uma aeronave de ataque ligeiro de baixo custo. O programa OA-X (a origem do Light Attack Experiment) e a busca por uma nova plataforma para atender às necessidades da guerra irregular remontam a 2008. Este programa exigia um projeto pronto para uso de modo a garantir que o processo de desenvolvimento, avaliação e envio para o terreno seria rápido, e a um custo reduzido. A aeronave teria de ser capaz de operar a partir de zonas austeras em bases operacionais avançadas e ser amplamente autossustentável, pois seria empenhada a partir de bases onde faltariam capacidades de manutenção.

Os aviões de ataque ligeiro continuam um tema quente para a Força Aérea dos EUA que tem evoluído através de inúmeras iterações. Enquanto alguns oficiais superiores olham este investimento como um desperdício desnecessário de dinheiro numa altura de orçamentos apertados que se devem concentrar inteiramente em caças avançados de quinta geração, outros defendem, acertadamente, uma combinação de forças que seja sensata e sustentável onde seriam utilizadas aeronaves de ultima tecnologia, assim como outras altamente eficientes e de baixo custo no investimento e na sustentação.

De facto, nas últimas duas décadas, a prontidão das melhores aeronaves de combate Americanas e das suas tripulações aéreas altamente treinadas e preparadas para conflitos de intensidade alta contra adversários com capacidades equivalentes, foi prejudicada pelo emprego constante no combate a ameaças assimétricas, de baixo grau de intensidade, e que muitas vezes nem foram consideradas como uma ameaça antiaérea credível.

Por exemplo, em 2017 um F-22 Raptor no Afeganistão foi empenhado para atingir um laboratório de drogas no valor de cerca de US 2.800,00 $. Este caça furtivo custa cerca de US 70 000,00 $ por hora de voo, e foi utilizado para desempenhar uma missão que em comparação, poderia facilmente ter sido alcançado por um caça AT-6 Wolverine que custa cerca de US 1 000,00$ por hora de voo, e com um custo de aquisição infinitamente mais baixo.

Sobre este tema, o Tenente-General Arnie Bunch, da USAF’s office for acquisition, refere: “If we can get light attack aircraft operating in permissive combat environments, we can alleviate the demand on our fourth- and fifth-generation aircraft, so they can be training for the high-end fight they were made for.”.

O T-6C+ Texan II

O avião de treino militar Beechcraft® T-6C Texan II é uma aeronave militar de última geração, projetado para todos os níveis de instrução. Este é usado por todo o mundo e alcançou recente o estrondoso número de 1000 unidades produzidas. Este é comercializado tanto por DCS (Direct commercial Sales) tal como por FMS (Foreign Military Sales).
Construído especificamente para uma ampla gama de recursos, o modelo T-6C prepara os pilotos para missões no mundo real. Cada capacidade de treino, desde os ecrãs iniciais do piloto até o treino operacional avançado, é projetada para experiência em missões de aeronaves militares, dando aos pilotos a experiência e a confiança para alcançar o sucesso.

O T-6C Texan II permite que os pilotos vejam uma imagem completa do que se passa à sua volta. O cockpit de alta tecnologia e com uma arquitetura aberta de última geração, totalmente digital, oferece a visibilidade cristalina necessária para completar missões complexas que preparam pilotos até para caças de ultima geração, como o F35. O melhor treino requer consciência situacional total e os ecrãs de voo do T-6C apresenta a tecnologia necessária para manter os pilotos seguros e aumentar sua capacidade de treino.

O AT-6 Wolverine

Esta aeronave é a versão moderna de ataque ao solo do venerável avião de instrução Beechcraft T-6 Texan II que é usado por todos os ramos das Forças Armadas dos Estados Unidos da América e mais 12 nações estrangeiras. O AT-6 Wolverine mantém 85% de peças em comunhão com o Texan II, e embora as versões mais antigas deste avião sejam já amplamente conhecidas pelos Pilotos da FAP, que o voam para a sua formação no F16 nos Estados Unidos da América. Este avião de instrução já é vendido na versão C, D e C+, que foi amplamente modernizada com os mais modernos aviónicos, de modo a simular o cockpit do A10 e do F16.

O AT-6 Wolverine possuí um motor Pratt & Whitney Canada PT6A-68D de 1.600 Shaft HorsePower, que fornece uma relação peso-potência inigualável por outras aeronaves turbo-hélice de ataque ligeiro. O Wolverine destaca-se ainda mais graças aos seus aviónicos de eficácia comprovada, com sistemas e sensores de combate utilizados pela US Air Force. Estes também o tornam compatível com todos os equipamentos digitais de voz, dados e vídeo usados pelos JTAC (joint terminal attack controller) dos Estados Unidos assim como dos seus aliados da NATO.

Além disso, a aeronave possui um Full Glass Cockpit Esterline CMC 4000 certificado pela FAA e um sistema de missão de combate desenvolvido pela Lockheed Martin que é o mesmo que é usado no A-10 e no F16. Isto faz com que o cockpit seja uma área de trabalho muito semelhante ao F-16 e que exista um interface piloto/aeronave similar, resultando numa familiarização muito fácil e imediata para qualquer piloto de F-16.

A aeronave está equipada com uma camara L-3 Wescam MX-1 5Di que fornece imagens a cores ou infravermelho, com designador a laser, iluminador a laser, rastreador de pontos a laser e telémetro laser. Conjuntamente com os seis pontos de fixação (hardpoints) sob as asas, dos quais quatro são compatíveis com armas inteligentes graças à cablagem Mil Std 1760, dá ao Wolverine uma capacidade orgânica para encontrar e designar alvos, que podem ser atacados usando uma ampla gama de armas de precisão.

Os pods de metralhadora pesada FN Herstal HMP-400 de .50cal (12,7 mm); rockets Hydra de 70mm (não guiados); os rockets de 70mm guiados (BAE Systems Advanced Precision Kill Weapon System – APKWS); bombas de queda livre mk81 (250Lbs) e mk82 (500Lbs); bombas guiadas a laser GBU12 Paveway II (500Lbs), GBU49 Enhanced Paveway II (500Lbs), GBU58 Paveway II (250Lbs) e GBU59 Enhanced Paveway II (250Lbs), mísseis antitanque AGM-114K/M/P e R Hellfire, foram todos aprovados e certificados para uso no Wolverine, com resultados espetaculares ao nível de potencial de combate e precisão.

Com 85% de peças e ferramentas em comum com o avião de treino T-6 TEXAN II, a uniformização da frota é uma enorme vantagem, especialmente se os clientes quiserem criar rapidamente novas esquadras de aeronaves de ataque ligeiro, aproveitando tanto as linhas de pensamento de treino, tanto como as cadeias logísticas de suas frotas de treino dos T-6 existentes ou a adquirir.

Facilmente um ramo das Forças Armadas que queira adquirir um avião de treino muito económico poderá adquirir alguns T-6 Texan II, e depois complementar para missões de combate com aviões de ataque ligeiro AT-6 Wolverine, poupando assim as aeronaves de combate ao desgaste diário do treino de Pilotos.

O AT-6 destaca-se de outras aeronaves suas concorrentes devido aos seus aviónicos e equipamentos eletrónicos superiores, à sua capacidade de transportar mais armamento a maior altitude, muito mais flexibilidade na variedade de armamento, e de conseguir descolar de pistas de terra mais curtas que os outros da sua classe.

Esta aeronave tem a capacidade de se encaixar perfeitamente nas estruturas existentes das Forças Aéreas modernas. A abrangência global da Textron, especialmente em termos de cadeia logística, sustentação [ILS] e sistemas abrangentes de treino de pilotos já apoiaram a frota mundial de mais de 1000 unidades das várias versões do T-6s que foram produzidas desde os anos 90. Com uma frota global que ultrapassa 3,2 milhões de horas de voo em mais de uma dezena de países, a Textron possuí décadas de experiência minimizando assim quaisquer possíveis obsolescências de componentes, diminuindo o custo vida dos ciclos de vida dos componentes e garantindo altas taxas de prontidão. Além disso, os pilotos que treinam no T-6 fazem uma transição muito natural para o AT-6.

Tom Webster, piloto de testes do AT-6 explicou que “Throughout the Light Attack Experiment, US Air Force, Navy and Marine Corps aircrew – many of whom had previous experience with the T-6 Texan II in pilot training – validated the AT-6’s world-class capabilities. In flight, they demonstrated the Wolverine’s superior range, handling, climb rate and aerodynamic performance, especially when they conducted dissimilar formation flights with our competitor. On the ground, the AT-6’s superior power-to-weight, low center of gravity and markedly smaller taxi turn radius made it the much easier aircraft to operate during austere, unimproved runway assessments. Bottom line, they saw that the AT-6 performs better, flies faster, goes further, climbs higher and does more.”

Força Aérea Portuguesa compra Helicopteros UH60 Black Hawk para combate a Incêndios

A empresa Norte-Americana Arista Aviation, representada em Portugal pela Sodarca Defense, ganhou o concurso público da Força Aérea Portuguesa (FAP) para a aquisição de 6 Helicópteros Bombardeiros Médios (GCMIR/5021017626) que serão usados no Combate a Incêndios em todo o território Nacional.

Notícia em: FORÇA AÉREA ADQUIRE NOVOS MEIOS PARA COMBATE A INCÊNDIOS RURAIS

A FAP vai assim estar equipada com um dos melhores Helicópteros do mundo a combater incêndios. A exemplo da Califórnia, da Polónia, da Austrália e de outros locais por todo o mundo, Portugal irá estar munido, a partir de 2023 com Helicópteros SIKORSKY UH60 Black Hawk.

A FAP conseguiu, através de um concurso público exaustivo para aquisição de seis helicópteros médios, adquirir aquela que é a aeronave mais polivalente do planeta. O Black Hawk, é um Helicóptero Bimotor, fabricado pela Sikorsky (hoje em dia pertencente ao grupo Lockheed Martin), que começou a sua operação em 1979 como um puro Helicóptero militar utilitário (Utility Helicopter – UH) do Exército dos Estados Unidos da América. No entanto, esta aeronave obteve tanto sucesso que rapidamente foram produzidas as mais variadas versões, desde helicópteros para a guarda costeira, marinha, força aérea, operações especiais e até versões de ataque (chamados gunship). Também os Marines Norte Americanos usam a versão VH60 Night Hawk para transportar o Presidente dos Estados Unidos, ficando nessa altura nomeado como Marine 1.

O Black Hawk, para além das entidades civis que equipa, serve os militares dos EUA e as forças armadas de 28 outros países em todo o mundo como um helicóptero utilitário extremamente resistente e de alta fiabilidade. Mais de 4.000 helicópteros H60 estão hoje em serviço em todo o mundo. O Exército dos EUA é o maior utilizador com cerca de 2.135 aeronaves H-60, de vários tipos. Nos últimos anos, o Exército Americano encontra-se numa campanha de renovação das suas frotas e a colocar à venda no mercado algumas plataformas. Várias foram as entidades (empresas civis, departamentos de bombeiros, forças armadas aliadas, etc.) a aproveitar esta situação e equiparem-se com estes Helicópteros, que de outra forma teriam preços muitíssimo mais elevados se fossem novos.

Foi aqui que a Arista Aviation ganhou relevância Internacional, especializando-se na compra destas plataformas às Forças Armadas Americanas. O seu modelo de negócio passa por desmontar as aeronaves por completo, fazendo o recondicionamento das partes com potencial, substituindo aquelas que estão em fim de vida, instalando novos aviónicos e sistemas eletrónicos. O resultado é um Helicóptero como novo de produção, com aviónicos e sistemas tecnológicos atuais, por um valor significativamente abaixo daquele que custaria um novo.

Seja em operação, em manutenção ou no recondicionamento, os funcionários da Arista são profissionais altamente qualificados. A Arista tem uma equipa com décadas de experiência a trabalhar com este tipo de Helicóptero. Por exemplo, alguns dos pilotos de teste no UH-60 operam-no desde 1983, sendo que uns pertenceram ao famoso 160th Special Operations Aviation Regiment (conhecidos como Night Stalkers). Também vários engenheiros e técnicos de manutenção da Arista apoiaram o UH-60A nas Forças Armadas dos EUA durante mais de 25 anos.

Embora os maiores clientes da Arista Aviation sejam empresas privadas e departamentos de bombeiros, a empresa também conseguiu posicionar-se no mercado como um parceiro de especial importância para algumas Forças Armadas da América do Sul que usam Black Hawk, assim como alcançou exportações importantes na Europa, Ásia e na Oceânia.

Para além de fazer o recondicionamento destas aeronaves para combate a incêndios, a Arista prepara as mesmas para missões de busca e salvamento em combate. A Arista tem a capacidade de incorporar blindagem, sistemas de resgate a feridos graves em combate (Air Med Evac), sistemas de armas modernos, sistemas de vigilância eletrónicos ao solo com definição no espectro visível ou Infravermelho a vários KM de altitude e até na instalação de guiamento para misseis e/ou rockets.

Para este concurso de Helicópteros Médios para combate a incêndios, a Arista aliou-se à Sodarca Defense. Esta ultima, com uma experiência comprovada ao nível de equipamentos militares (representando gigantes da Defesa como a General Dynamics ou a FN Herstal, que equipam as Forças Armadas Portuguesas). Como empresa participada do Grupo Sodarca, está a Helibravo, empresa operadora da maior frota de Helicópteros em Portugal a desempenhar a função de combate a incêndios. Esta aliança tem como vantagem para Portugal a transferência de tecnologia e know-how no recondicionamento e manutenção dos UH60 Black Hawk pela Arista, para com a Industria Portuguesa, com a manutenção e operação de Helicópteros em combate a incêndios do Grupo Sodarca.

Durante os últimos 40 anos, o notável helicóptero multiusos Black Hawk foi o elemento que significou vantagem dentro e fora de inúmeras operações de alto risco, tenham sido elas em conflitos armados ou operações de carácter civil. Esta aeronave, considerado por muitos como sendo o melhor helicóptero multifunções do mundo foi utilisado para inserir e extrair tropas, fazer busca e salvamento nas zonas mais inóspitas do planeta, salvar vidas como MEDEVAC ou plataforma de evacuação de vítimas em sangrentos campos de batalha, fornecer suprimentos críticos a tropas em zonas isoladas, entregar suprimentos de emergência durante desastres naturais, transportar viaturas e outro tipo de equipamento pesado para zonas remotas, fazer vigilância de fronteiras, vigilância marítima e guerra anti-submarina, transportar o Presidente dos Estados Unidos, e também como Helicóptero de combate a incêndios. Este tipo de aeronave tem desempenhado bem documentadas missões de grande relevo no combate a grandes incêndios Florestais descontrolados. Nos estados Unidos, nenhum outro Helicóptero tem sido tão importante na defesa das populações e do meio ambiente como o Black hawk, de tal modo que tem sido adaptado de várias formas, inclusive com tanques externos (belly tank) de modo a poder transportar 4000L de água, o que o transforma num Helicóptero pesado de combate a incêndios.

De relevar que foi assinado, no passado dia 25 de abril, o protocolo de colaboração entre o California Department of Forestry and Fire Protection (CAL FIRE) e a Agência nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF – https://www.agif.pt/pt/assinado-protocolo-entre-o-cal-fire-e-a-agif). A CAL FIRE dedica-se à proteção contra incêndios, e à promoção da gestão da vegetação dos territórios (26Mha) da Califórnia a mais de 40 milhões de habitantes. Este departamento Californiano desenvolveu um Programa de gestão integrada de Incêndios que inclui atividades como engenharia de pré-incêndio em áreas florestais, gestão da vegetação e dos incêndios, sensibilização e educação da população e ainda a aplicação da lei. A CAL FIRE possui vários helicópteros Black Hawk ao seu serviço.

Legenda: Montagem do hipotético esquema de pintura dos futuros Helicóptero Black Hawk da Força Aérea Portuguesa (Foto original das Forças Armadas dos Estados Unidos)

A Força Aérea faz assim a aquisição de 6 helicópteros fenomenais, com capacidade de operar nas condições mais adversas, extremamente polivalentes e fiáveis, com uma capacidade de carga difícil de igualar na sua classe, muito fáceis e económicos de manter, com baixo custo de utilização à hora face ao seu grande potencial, e principalmente a um preço que não existe competição para um helicóptero com as mesmas capacidades.

Veja aqui um pequeno Video da 2022 Special Operations Forces International Conference  Military Capabilities Demo:

DSEI 021 – Defense and Security Equipment International of 2021

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A DSEI – DEFENCE & SECURITY EQUIPMENT INTERNATIONAL, é um das maiores Exposições Internacionais de Defesa que se realiza na Europa. Ocorre bi-anualmente e é um evento mundial que conecta governos, forças armadas internacionais, líderes de opinião da indústria e a cadeia global de fornecedores e distribuídos de produtos de defesa e segurança, numa escala incomparável.

Com uma variedade de oportunidades valiosas para networking, uma plataforma para negócios, acesso a conteúdo relevante e demonstrações de equipamentos ao vivo, a comunidade de visitantes e expositores da DSEI pode compartilhar conhecimento, descobrir, inovar e experimentar os recursos mais recentes nos sectores aeroespacial, terrestre, naval, segurança e outros domínios. A ultima exposição realizou-se em Londres, contou com a participação de 50 Países, cerca de 1 700 Expositores, mais de 36 000 participantes, distribuídos por 44 Pavilhões e impressionantes palestras  apresentadas por mais de 300 especialistas de renome internacional.

A nível de expositores, participaram quase todos os gigantes da Defesa Mundial, com a exposição a ir desde fabricantes de armas ligeiras até às grandes viaturas militares. No que diz respeito a Portugal, estiveram presentes militares dos vários ramos das Forças Armadas com vista aos estudos correntes para aquisição de equipamentos aprovados pela presente lei de programação militar. Conseguimos assim observar em primeira mão alguns dos mais recentes equipamentos que poderão ser uma opção para os militares Portugueses.

Dentro do sector terrestre destacamos as armas ligeiras da FN HERSTAL, com a apresentação da Metralhadora Ultra-Ligeira FN EVOLYS. Não esquecendo também armas como a FN SCAR H PR e a SCAR SC, que poderão complementar a família de armas ligeiras já adquiridas pelo Exército Português. Podemos também observar algumas armas de apoio, como as MINIGUN 7,62x51mm da empresa PROFENSE, que é neste momento o fabricante mais promissor nesta área, pois as suas armas são as unicas que permitem uma cadência de fogo variável entre 1500 RPM ou 3000 RPM. No que toca aos sistemas RWS (Remote Weapons Station), a mais famosa sendo a Kongsberg, podémos ve-las a equipar as mais variadas plataformas, inclusive em Unmanned Ground Vehicles (UGV), em configurações que usam armas em 30x113mm, 40x53mm, .50Cal., 7,62x51mm e até 5,56x45mm, e com capacidades que vão desde Anti-Carro com ATGM (Anti Tank Guided Missile), até às funções Counter UAS (Unmanned Aerial System). De destacar a versão RS4 equipada com um Lança Rockets da Arnold Defense, que permite disparar Rockets guiados APKWS da BAE Systems e assim eliminar alvos onde um ATGM seria demasiado dispendioso ou até um overkill. Podemos também vislumbrar as várias versões das Caçadeiras Benelli, em que as Super nova ganharam o concurso da NSPA (NATO Support and Procurement Agency) para equipar o Exército Português.

No que toca a viaturas damos especial relevância aos novos Humvee SABER da AM General e ao Humvee HAWKEYE  (com uma peça de artilharia 105mm soft recoil). Os primeiros pela sua inovação em termos de proteção, conseguindo mesmo assim manter a viatura numa configuração modesta em termos de tamanho e peso. No segundo, porque a necessidade de plataformas muito moveis que providenciem poder de fogo é, cada vez mais, de extrema importancia. Muito interesante tem sido também a proliferação de motas electricas de duas rodas, com várias viaturas ligeiras a apresentarem montagens para transportar este tipo de viaturas e assim os seus militares poderem efectuar certos tipos de missões sem serem detetados umas vez que estas quase não emitem assinatura sonora, térmica e inodora. Também as viaturas da General Dynamics tiveram especial papel, com o IFV ASCOD a participar com várias versões, inclusive uma dedicada exclusivamente ao lançamento de misseis anti-Carro (ATGM – Anti Tank Guided Missile), carregando 8 misseis prontos a disparar.

A DSEI costuma ter uma exposição Naval considerável, no entanto desta vez estava um pouco mais modesta. Com os grandes Navios mais ausentes, as pequenas embarcações e os sistemas não tripulados tiveram mais destaque. O lançamento do novo CB90 HSM foi um sucesso e este barco patrulha de alta performance e com capacidade de desembarque amfíbio impressionou todos os presentes. No campo dos UAV/UAS embarcados, o Camcopter S-100 da Schiebel continua a sua expansão por várias Marinhas mundiais e o FIRE SCOUT da Northrop Grumman tem vindo cada vez mais a provar o seu valor e o porquê de os pequenos drones navais não terem qualquer utilidade em combate, necessitando plataformas deste género para realmente serem plataformas aéreas navais eficazes e uteis.

No que toca aos equipamentos aéreos convencionais, damos destaque aos Helicópteros UH-60 Blackhawk armados com metralhadoras FN M3M e Miniguns PROFENSE,  e em alguns casos com Lança Rockets da Arnold Defense. Estes equipamentos podem ser montados numa montagem externa ao Helicoptero que assim nao rouba espaço de cabine e permite a reconfiguração dos Helicopteros em muito pouco tempo. Permite também que as metralhadoras sejam apontadas para a frente e disparadas pelo piloto, ou manejadas lateralmente pelos gunners num vasto angulo.  A Arnold Defense fabrica PODS lançadores de rockets em várias versões que equipam também Aviões (como os F16 e F18) e Helicópteros de Ataque (como o Apache e Cobra), assim como viaturas terrestres. Uma grande evolução no que toca a lança rockets é agora poderem disparar Rockets Guiados, como o APKWS da BAE Systems, que passa a ser um pequeno míssil guiado, com menores danos colaterais e menor custo de aquisição, mas com a mesma precisão.

Uma das grandes vantagens desta feira se realizar em Inglaterra é que tanto as empresas Norte Americanas, como Europeias e até de aliados no Médio Oriente, estão presentes, permitindo assim, a quem interessado, conhecer muitos dos equipamentos que vão desde as gamas mais altas, até versões mais económicas mas que satisfazem Países aliados. A próxima será já em 2023 e esperemos que seja ainda um maior sucesso.

DeepInfil 21 – Exercício do Exército Português e das Forças Armadas Alemãs

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Aos primeiros raios de luz, já as forças do Exército Português se encontram em posição para tomarem de assalto as posições de um acampamento terrorista. Há 3 noites atrás, um destacamento da Companhia de Precursores dos Paraquedistas do Exército Português, juntamente com elementos Sniper da Força de Operações Especiais, já haviam feito uma incursão noturna por salto operacional de grande altitude para a área, e reportavam para a cadeia de comando todos os movimentos inimigos, preparando assim o terreno para a inserção noturna por Paraquedas de duas Companhias de Paraquedistas, que iriam executar o assalto final. Nessa noite preparam e assinalam toda a Drop Zone, fazendo assim todo o link up com a Força de Assalto.

Ao mesmo tempo que os Precursores Portugueses haviam sido inseridos no terreno, militares do Spezialisierte EGB Forces (Specialized Army Forces with Expanded Capabilities for Special Operations), pertencentes à 1ª Brigada Aerotransportada do Exército Alemão, também executam saltos de grande altitude para pontos chaves da área de operações, de modo a poderem controlar rotas de aproximação ou fuga, dando assim apoio directo a esta operação.

Esta não é uma operação real, mas é uma hipotética missão que o Exército Português esteve a treinar no Exercicio DeepInfil 021, juntamento com a Força Aérea e Exército Alemão.

O Exercício DEEPINFIL 21, decorreu de 9 a 19 de Novembro, no Aeródromo Militar de Tancos, onde está sediado o Comando da Brigada de Reação Rápida do Exército Português, e contou com a participação do Batalhão Operacional Aeroterrestre (BOAT) do Regimento de Paraquedistas, de militares do Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), da Força Aérea Alemã e da 1st German Airborne Brigade, sediada em Fritzlar, na Alemanha. Para este exercício, as Forças Armadas Alemãs enviaram para Portugal 172 Militares, 3 Aeronaves e várias viaturas.

Este exercício, que integra o ciclo de treino operacional do BOAT, serviu para treinar o planeamento de operações aerotransportadas e a execução de infiltrações do Destacamento de Precursores, integrando elementos da Força de Operações Especiais, por intermédio de saltos de abertura manual a altitudes fisiológicas e não fisiológicas.

Alguns dos Militares Portugueses também completaram neste exercício, os Cursos de Queda Livre Operacional e de Piloto de Tandem Operacional. O Curso de Queda Livre Operacional destina-se a habilitar os militares com as competências necessárias para serem infiltrados no Teatro de Operações através de saltos em queda livre, com equipamento de combate e sistema de oxigénio a grandes altitudes, em ambiente diurno ou noturno. O Curso de Piloto de Tandem Operacional destina-se a preparar o militar para desempenhar a função de Piloto Tandem na Companhia de Precursores, realizar infiltrações a grande altitude através de saltos em paraquedas do tipo “asa”, utilizando para o efeito um equipamento bilugar, transportando um passageiro e cargas até 200 kg. Esta valência permite incluir na constituição da força a projetar um ou mais especialistas não qualificados em queda livre operacional.

Estes militares altamente especializados fazem parte das forças de reação rápida da NATO e a interação entre os Precursores Portugueses e forças Alemães permitiu o intercâmbio de técnicas, táticas e procedimentos, potenciando a criação de sinergias no treino, metodologias e procedimentos técnicos aeroterrestres entre todos os participantes.

Os Paraquedistas de ambas as Nações aproveitaram as excelentes condições meteriológicas que o nosso País proporciona, treinando assim saltos táticos de paraquedas com equipamento de combate, tanto de dia como de noite, usando as aeronaves Alemãs A400M e Skytrucks M28, que este País enviou para este exercício.

Pode também vizualizar um vídeo do exercício onde observa Militares da Companhia de Percurssores dos Paraquedistas Portugueses e do Centro de Tropas de Operações Especiais do Exército Português:

FN Herstal EVOLYS – Nova metralhadora ligeira

A empresa Sodarca Defense, representante em Portugal do maior fabricante de armas ligeiras do mundo, a FN Herstal, anunciou hoje, 6 de maio de 2021, o lançamento de uma metralhadora totalmente nova com características exclusivas, a FN EVOLYS ™. Com esta nova adição ao portfólio de produtos da FN Herstal, a empresa definitivamente pretende escrever um novo capítulo na história das metralhadoras.
Hoje, FN Herstal revelou aos mercados de Defesa e Segurança uma metralhadora completamente nova – a FN EVOLYS ™ – durante um evento global digital de lançamento de produto.  Esta nova arma apresenta uma arquitetura incrivelmente inovadora e aberta, juntamente com características únicas.

O FN EVOLYS ™ é uma arma ultraleve, radicalmente diferente, que combina as capacidades de disparo de uma metralhadora alimentada por fita com ergonomia e equilíbrio semelhante a uma espingarda de assalto. Isso é exatamente o que é necessário e esperado pelos usuários para operações atuais ou futuras. A FN EVOLYS ™ foi desenvolvido em dois calibres, 5,56x45mm e 7,62x51mm, podendo no entanto, devido a sua arquitetura aberta, ser adaptada a outros calibres no futuro.

A FN EVOLYS ™, com um peso entre 5,5 e 6,2 quilos dependendo do calibre, é muito mais leve que as metralhadoras de referência atuais. Esse peso reduzido permite que o usuário se mova em terrenos difíceis rapidamente e  empenhe com um alto volume de fogo quando necessário, sem quaquer dificuldade. O seu peso reduzido e excelente equilíbrio também permitem que a arma seja disparada de qualquer posição (ombro, cintura, joelhos, deitado). A transição de uma posição de tiro para outra é facilitada pelo design da interface de fixação da coronha.

A metralhadora ultraleve FN EVOLYS ™ dispara como uma metralhadora mas consegue ser manuseada como uma espingarda de assalto. O seletor de fogo ambidestro 3 posições. Segurança. Uma posição semi-automática que permite disparar tiro a tiro contra alvos pontuais, tal como com um espingarda de assalto. Automático, que permite fogo de supressão como qualquer outra metralhadora. A coronha é ajustável em comprimento e altura. Seja qual for o tamanho ou o equipamento que o militar usar, consegue sempre ajustar a arma para uma posição de tiro confortável.

Os materiais e tecnologias de última geração usados ​​na FN EVOLYS ™, combinados com a experiência de longa data e o espírito inovador da FN Herstal, garantem que a redução de peso não compromete os fatores vitais de fiabilidade, segurança do usuário e vida útil das peças. O amortecedor hidráulico incorporado na arma permite uma cadência de tiro constante e reduz o recuo. A FN EVOLYS ™ foi projetada desde o início para disparar intensamente com um silenciador e, portanto, não apresenta qualquer redução no desempenho quando equipada com esse tipo de dispositivos.

Outra grande inovação no FN EVOLYS ™ é o mecanismo de alimentação lateral patenteado, que permitiu que o design incluísse várias melhorias importantes solicitadas pelos utilizadores:

  • O rail superior é comprido e de uma só peça, permitindo assim a montagem de uma combinação de várias miras ópticas em linha, como visores diurnos e noturnos, ou simplesmente miras de aumentos, sem necessidade de remover as miras de ferro.
  • Acesso fácil, instintivo e rápido a todos os controles por combatentes canhotos ou destros, para melhor manuseamento no campo de batalha.
  • Todas as ações podem ser feitas com apenas uma mão, incluindo engatar a fita de munições.
  • Os cartuchos são reposicionados automaticamente quando a tampa de alimentação é fechada, mesmo se a fita não for colocada corretamente na bandeja de alimentação. Isso evita a falha na alimentação da primeira munição, o que é uma grande garantia para o usuário.
  • O último link é ejetado automaticamente, abrindo caminho para um recarregamento mais rápido e confiável.

Combate Corpo a Corpo – Operações Especiais do Exército Português

Desde a pré-história que o Homem desenvolveu a arte de matar para sobreviver, seja para comer, ou para se proteger. As habilidades que ele possuía para caçar eram semelhantes às habilidades que ele possuía para lutar, o que nos leva a pensar que as táticas fossem semelhantes. O Homem sempre entendeu que a sua sobrevivência dependeria em grande parte das habilidades conseguidas pelas suas mãos. Ao longo das gerações, a arte de combater sofreu melhorias, deixou de se combater a ver a cor branca dos olhos do inimigo e começou-se a criar distância entre os contendores, desde a construção de espadas e flechas, até à pólvora e munições. Com estas descobertas, inevitavelmente, atrofiaram-se as habilidades no combate desarmado do soldado, contudo, nos últimos confrontos mundiais, onde a ameaça é irregular e surge de forma inesperada, verificou-se que o último recurso pela garantia da sua sobrevivência está nas suas habilidades motoras.

Qualquer militar em virtude da sua função e da natureza das tarefas que executa, pode, a qualquer momento, tornar-se um alvo de vários ataques à sua integridade física.
Sendo assim, torna-se vital que saiba dar resposta a essas ameaças, seja numa situação de intimidação, ameaça verbal, combate desarmado e combate armado.
“Método de Aplicação Militar que tem por finalidade a aquisição de técnicas eficazes para utilização no combate com contacto físico, desenvolvendo características tais como a adaptabilidade, a autoconfiança, a combatividade, a coragem e a decisão e servindo-se de qualidades físicas como a força – a flexibilidade, e rapidez de reação, a coordenação
e o sentido cinético.” (Comando de Instrução do Exército, 2002, p. 7 anexo “B” ao REFE).
O CCC está inserido na componente de Treino Físico de Aplicação Militar, sendo consequentemente uma atividade prevista no âmbito da Educação Física Militar, onde se
realizam um conjunto de atividades visando a aquisição, o desenvolvimento e a manutenção de determinados gestos, técnicas e capacidades psicomotoras preparatórias para o combate. Em suma, o CCC deve ser entendido como a luta entre dois ou mais oponentes, recorrendo ou não, ao uso de armas para o confronto que se tornou inevitável, onde serão testadas as suas qualidades físicas, técnicas e psicológicas a par da sua destreza para a combatividade, flexibilidade e velocidade, melhorando substancialmente os seus reflexos naturais, a sua coragem, confiança, espírito de corpo e autodisciplina,
permitindo assim, a sobrevivência do militar no campo de batalha.

Entende-se por Defesa Pessoal (DP) como a arte de prevenir a agressão ou minimizar o risco dela, socorrendo-se da mesma para proteção e preservação individual, evitando assim constituir-se uma vítima. Para tal, implica que o militar permaneça constantemente em estado de alerta e desperto para todas as situações que possam surgir próximo da sua área de atuação. A aprendizagem da arte de combate próximo concorre para o aumento da proficiência técnica do soldado nas várias fases do espectro do conflito, em qualquer operação militar.

A luta Corpo a Corpo de defesa pessoal tem como princípios:

Serenidade – O militar deve lidar e enfrentar mentalmente as situações sem que o medo ou ódio controlem as suas ações; Perceção – Num ambiente de combate é fundamental o militar estar ciente de tudo o que o rodeia, nomeadamente nos 180º da sua retaguarda. Ao longo do combate mais oponentes podem aparecer, e nesses casos a situação é extremamente complicada, uma vez que estamos a lidar com múltiplos oponentes;

Posição Dominante – Durante o combate é crucial o militar garantir  uma boa postura de combate, isto é, a postura ideal e essa deve-se traduzir na correta posição das suas pernas
e braços, permitindo desta forma um bom equilíbrio mantendo o peso corporal distribuído, mas ao mesmo tempo deve ser uma posição que lhe confira fácil movimentação, necessária para as técnicas de ataque e de defesa;

Distância – A distância é diferenciada em virtude dos golpes e técnicas que o militar utiliza quando em combate. Deve ser feito o raciocínio lógico da técnica utilizada de acordo com
a distância a que o oponente se encontra;

Agressividade – Possivelmente o princípio mais importante no CCC. Quando o militar recorre ao combate próximo, o nível de agressividade deve ser progressivo. Uma vez quebrado este princípio, a derrota é inevitável. O combate só terá o seu fim, quando
o oponente estiver neutralizado;

Fluidez – No Processo de combate a técnica deve estar em harmonia com a tática utilizada de forma a maximizar o potencial e causando efeito desejado no oponente o mais rápido possível;

Simplicidade – As técnicas utilizadas em combate devem seguir a linha da simplicidade, mas procurando sempre a eficácia. Quanto menos movimentos elaborados, menos possibilidade existe de comprometer os princípios enunciados.

Apesar de vulgarmente associarmos o termo “Combate Corpo a Corpo” ao confronto entre duas ou mais pessoas que combatem a curtas distâncias, onde o recurso a armas de fogo se torna desadequado, não é de todo o mais correto, pelo que arrisco-me a dizer que ao longo de muitos anos, fomos “desastrados” na forma como avaliamos este vetor, prova inequívoca da necessidade urgente em se priorizar e integrar esta temática na formação e treino do Soldado Moderno do exército português, por forma a prepará-lo para os obstáculos que podem opor-se ao cumprimento de várias tarefas/missões.
Alguns autores defendem que o conceito DP está associado à vertente civil enquanto o conceito CCC está associado à vertente militar, uma vez que o primeiro tem por base medidas preventivas/defensivas, ao contrário do segundo que se socorre de medidas ofensivas/letais. Outros acrescentam ainda que a DP tem por princípio evitar o conflito e que deve ser aplicada dentro de uma lógica de salvaguarda da integridade física e sobrevivência, ao contrário do CCC que pode ser utilizado para causar resultados letais.
Portanto, é possível verificarmos que existe alguma disparidade quanto ao propósito e enquadramento de cada uma das disciplinas.
Quer na vertente civil, quer na vertente militar, o uso proporcional da força deve ter-se sempre em consideração. Os civis regem-se pelo código penal, os militares, pelas ROE. Nem sempre os militares podem matar, como o “matar” não deixa de ser uma possibilidade para um civil, quando e só a sua vida depende disso. Isto para concluir
que ambas as disciplinas podem estar presentes quer numa vertente, quer noutra.

O Soldado Moderno deve ser capaz de combater nas várias modalidades: arma longa (espingarda de assalto, DMR, Metralhadora, caçadeira); arma curta (arma de recurso/arma secundária); combater com recurso a objetos de corte (baioneta, faca de combate, machado, machete, navalha); e por fim, sem armas, socorrendo-se apenas das suas habilidades motoras. Esta será portanto a lógica de necessidades para atribuição de competências motoras do Soldado Moderno no vetor Close Quarters Combat (CQC).
A aplicação do vetor CQC, na formação e treino do Soldado Moderno, trás muitas vantagens, designadamente o desenvolvimento das suas capacidades motoras, bem como
despertar os sentidos que originam o reflexo. Atribui a cada elemento, sentido defensivo e estimula o sentido ofensivo que, naturalmente, é ausente à maioria dos militares iniciantes, mas que deve estar latente nos mais avançados. Este vetor está subdividido na disciplina de técnicas CCC e técnicas DP.

Com o CCC procura-se, através da utilização de várias técnicas de combate, desenvolver a coordenação motora do militar para superar com inteligência e técnica, as variáveis de uma possível agressão de contacto violento. Esta subfase visa expulsar o receio, desenvolver a condição física, a coragem, a combatividade e o controlo de movimentos, resultando no total equilíbrio da mente e do corpo.
Com a DP, procura-se capacitar o militar a defender-se de adversários, armados ou não, através dos seus membros e/ou com auxílio de armas ou objetos, sem especial propósito. Indica-se ao militar, um conjunto de pontos críticos no corpo do oponente que juntamente com técnicas simples vão aumentar as suas capacidades no combate desarmado. Esta subfase procura desenvolver capacidades como a adaptabilidade, a autoconfiança, o reflexo e a velocidade do militar.

Em suma, e fazendo referência aos quatro pilares da sobrevivência: mentalidade adequada; consciência da situação; proficiência em habilidades; e aptidão física, o Soldado Moderno após adquirir todas estas competências, que constituem a base para o sucesso em todas as situações de combate, vai ser capaz de dar uma resposta firme, explosiva e letal, de acordo com as situações.

E nas Forças de Operações Especiais (FOEsp), o domínio das técnicas de CCC têm impacto no cumprimento da missão? Como é rentabilizado por estes Soldados de Elite o conhecimento técnico adquirido?
Sim! É extremamente importante. Digamos que é o expoente máximo de capacidades adquiridas por um Operacional. Como sabemos, o sucesso das SOF depende em muito da agilidade e flexibilidade dos seus operacionais, mas acima de tudo da simbiose de quatro
fatores de destaque: o homem certo; no lugar certo; há hora certa; com treino e conhecimento certos. Dentro das missões principais das FOEsp, Reconhecimento Especial (RE), Assistência Militar (AM) e Ação Direta (AD), destaque para a última por ser aquela que maior exigência e precisão obriga por parte dos operacionais que a executam. Caracterizada por ser uma ação precisa e direta sobre um alvo específico, limitada quanto à ação e duração e que geralmente é executada sobre alvos bem definidos, de elevada criticidade e de elevado significado estratégico ou operacional, é por si só uma ação que obriga a um domínio completo por parte dos operacionais. O conjunto de “skills” mais rentabilizadas neste tipo de ações são aquelas onde o contacto próximo estará garantido, ou seja, o tiro discricionário a curta distância e o CCC.
Em momentos em que o combate ocorre rápido e em ambiente tridimensional/Close Quarters Battle (CQB), há coisas que poderão falhar e por norma é quando mais precisamos delas. Mas, se isso acontecer o operacional tem de se adaptar, e se necessário estreitar o contacto o mais rápido possível para eliminar a ameaça de forma eficaz. E é aqui, que reside a separação relativamente ao Soldado convencional.
Enquanto forças convencionais devem estar preparadas para a utilização de técnicas de CCC no limite, FOEsp têm de adaptar o seu treino para não ter de as utilizar apenas no
limite, mas sim a determinada altura em que a missão assim o exige. Quanto à utilização de CCC por FOEsp, o conceito de sobrevivência continua presente, mas acima de tudo
deve ser evidenciado o conceito “Cumprimento de Missão”. Quando se aplica o CCC para sobreviver, há o entendimento que o foco está apenas numa ameaça e após a neutralização da mesma há um tempo de recuperação para reorganizar e continuar se for necessário, ao contrário do objetivo da aplicação do CCC para cumprimento de uma tarefa específica ou eliminação de um obstáculo.

As FOEsp, em CQB, têm de ser furtivas e letais, não havendo tempo para parar e reorganizar na maioria das vezes. É por isso que o Operacional tem de dominar e aplicar, sem dúvidas ou hesitação, o conjunto de habilidades que detém, de forma a garantir o sucesso da missão. Não há tempo para lutar de forma equilibrada, tem de se ser inteligente e perspicaz para se perder o menor tempo possível e evitar o máximo de exposição.
Relacionando o CCC nas FOEsp com um conceito de cumprimento de missão e não apenas o de sobrevivência, isto explica a razão de várias forças congéneres estarem constantemente a alterar os seus programas de treino de CCC. Sendo uma das tarefas elementares para o Operacional, o domínio das técnicas de CCC, há necessidade de se
dedicar horas de treino para alcançar a proficiência técnica. E são essas horas de treino e a procura incansável em identificar e corrigir lacunas, que obrigará à alteração constante dos programas técnicos. Esta alteração é positiva, pois procura dar respostas às fraquezas e deficiências encontradas nos programas anteriores. As alterações constantes das características do campo de batalha, exige que os operacionais das FOEsp sejam mestres no CQB, o que acarreta enormes responsabilidades, nomeadamente na adequada e sólida aprendizagem das habilidades para combate, num curto espaço de tempo e bem definido, ou seja, não se podem passar anos a desenvolver metodologias, sem que possam ser aplicadas em segurança e com eficácia.
Criatividade e Adaptação serão sempre dois aliados para o desenvolvimento cognitivo e motor do Operacional das Forças de Operações Especiais do Exército Português.

Cpt pM