Força Aérea Portuguesa compra Helicopteros UH60 Black Hawk para combate a Incêndios

A empresa Norte-Americana Arista Aviation, representada em Portugal pela Sodarca Defense, ganhou o concurso público da Força Aérea Portuguesa (FAP) para a aquisição de 6 Helicópteros Bombardeiros Médios (GCMIR/5021017626) que serão usados no Combate a Incêndios em todo o território Nacional.

Notícia em: FORÇA AÉREA ADQUIRE NOVOS MEIOS PARA COMBATE A INCÊNDIOS RURAIS

A FAP vai assim estar equipada com um dos melhores Helicópteros do mundo a combater incêndios. A exemplo da Califórnia, da Polónia, da Austrália e de outros locais por todo o mundo, Portugal irá estar munido, a partir de 2023 com Helicópteros SIKORSKY UH60 Black Hawk.

A FAP conseguiu, através de um concurso público exaustivo para aquisição de seis helicópteros médios, adquirir aquela que é a aeronave mais polivalente do planeta. O Black Hawk, é um Helicóptero Bimotor, fabricado pela Sikorsky (hoje em dia pertencente ao grupo Lockheed Martin), que começou a sua operação em 1979 como um puro Helicóptero militar utilitário (Utility Helicopter – UH) do Exército dos Estados Unidos da América. No entanto, esta aeronave obteve tanto sucesso que rapidamente foram produzidas as mais variadas versões, desde helicópteros para a guarda costeira, marinha, força aérea, operações especiais e até versões de ataque (chamados gunship). Também os Marines Norte Americanos usam a versão VH60 Night Hawk para transportar o Presidente dos Estados Unidos, ficando nessa altura nomeado como Marine 1.

O Black Hawk, para além das entidades civis que equipa, serve os militares dos EUA e as forças armadas de 28 outros países em todo o mundo como um helicóptero utilitário extremamente resistente e de alta fiabilidade. Mais de 4.000 helicópteros H60 estão hoje em serviço em todo o mundo. O Exército dos EUA é o maior utilizador com cerca de 2.135 aeronaves H-60, de vários tipos. Nos últimos anos, o Exército Americano encontra-se numa campanha de renovação das suas frotas e a colocar à venda no mercado algumas plataformas. Várias foram as entidades (empresas civis, departamentos de bombeiros, forças armadas aliadas, etc.) a aproveitar esta situação e equiparem-se com estes Helicópteros, que de outra forma teriam preços muitíssimo mais elevados se fossem novos.

Foi aqui que a Arista Aviation ganhou relevância Internacional, especializando-se na compra destas plataformas às Forças Armadas Americanas. O seu modelo de negócio passa por desmontar as aeronaves por completo, fazendo o recondicionamento das partes com potencial, substituindo aquelas que estão em fim de vida, instalando novos aviónicos e sistemas eletrónicos. O resultado é um Helicóptero como novo de produção, com aviónicos e sistemas tecnológicos atuais, por um valor significativamente abaixo daquele que custaria um novo.

Seja em operação, em manutenção ou no recondicionamento, os funcionários da Arista são profissionais altamente qualificados. A Arista tem uma equipa com décadas de experiência a trabalhar com este tipo de Helicóptero. Por exemplo, alguns dos pilotos de teste no UH-60 operam-no desde 1983, sendo que uns pertenceram ao famoso 160th Special Operations Aviation Regiment (conhecidos como Night Stalkers). Também vários engenheiros e técnicos de manutenção da Arista apoiaram o UH-60A nas Forças Armadas dos EUA durante mais de 25 anos.

Embora os maiores clientes da Arista Aviation sejam empresas privadas e departamentos de bombeiros, a empresa também conseguiu posicionar-se no mercado como um parceiro de especial importância para algumas Forças Armadas da América do Sul que usam Black Hawk, assim como alcançou exportações importantes na Europa, Ásia e na Oceânia.

Para além de fazer o recondicionamento destas aeronaves para combate a incêndios, a Arista prepara as mesmas para missões de busca e salvamento em combate. A Arista tem a capacidade de incorporar blindagem, sistemas de resgate a feridos graves em combate (Air Med Evac), sistemas de armas modernos, sistemas de vigilância eletrónicos ao solo com definição no espectro visível ou Infravermelho a vários KM de altitude e até na instalação de guiamento para misseis e/ou rockets.

Para este concurso de Helicópteros Médios para combate a incêndios, a Arista aliou-se à Sodarca Defense. Esta ultima, com uma experiência comprovada ao nível de equipamentos militares (representando gigantes da Defesa como a General Dynamics ou a FN Herstal, que equipam as Forças Armadas Portuguesas). Como empresa participada do Grupo Sodarca, está a Helibravo, empresa operadora da maior frota de Helicópteros em Portugal a desempenhar a função de combate a incêndios. Esta aliança tem como vantagem para Portugal a transferência de tecnologia e know-how no recondicionamento e manutenção dos UH60 Black Hawk pela Arista, para com a Industria Portuguesa, com a manutenção e operação de Helicópteros em combate a incêndios do Grupo Sodarca.

Durante os últimos 40 anos, o notável helicóptero multiusos Black Hawk foi o elemento que significou vantagem dentro e fora de inúmeras operações de alto risco, tenham sido elas em conflitos armados ou operações de carácter civil. Esta aeronave, considerado por muitos como sendo o melhor helicóptero multifunções do mundo foi utilisado para inserir e extrair tropas, fazer busca e salvamento nas zonas mais inóspitas do planeta, salvar vidas como MEDEVAC ou plataforma de evacuação de vítimas em sangrentos campos de batalha, fornecer suprimentos críticos a tropas em zonas isoladas, entregar suprimentos de emergência durante desastres naturais, transportar viaturas e outro tipo de equipamento pesado para zonas remotas, fazer vigilância de fronteiras, vigilância marítima e guerra anti-submarina, transportar o Presidente dos Estados Unidos, e também como Helicóptero de combate a incêndios. Este tipo de aeronave tem desempenhado bem documentadas missões de grande relevo no combate a grandes incêndios Florestais descontrolados. Nos estados Unidos, nenhum outro Helicóptero tem sido tão importante na defesa das populações e do meio ambiente como o Black hawk, de tal modo que tem sido adaptado de várias formas, inclusive com tanques externos (belly tank) de modo a poder transportar 4000L de água, o que o transforma num Helicóptero pesado de combate a incêndios.

De relevar que foi assinado, no passado dia 25 de abril, o protocolo de colaboração entre o California Department of Forestry and Fire Protection (CAL FIRE) e a Agência nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF – https://www.agif.pt/pt/assinado-protocolo-entre-o-cal-fire-e-a-agif). A CAL FIRE dedica-se à proteção contra incêndios, e à promoção da gestão da vegetação dos territórios (26Mha) da Califórnia a mais de 40 milhões de habitantes. Este departamento Californiano desenvolveu um Programa de gestão integrada de Incêndios que inclui atividades como engenharia de pré-incêndio em áreas florestais, gestão da vegetação e dos incêndios, sensibilização e educação da população e ainda a aplicação da lei. A CAL FIRE possui vários helicópteros Black Hawk ao seu serviço.

Legenda: Montagem do hipotético esquema de pintura dos futuros Helicóptero Black Hawk da Força Aérea Portuguesa (Foto original das Forças Armadas dos Estados Unidos)

A Força Aérea faz assim a aquisição de 6 helicópteros fenomenais, com capacidade de operar nas condições mais adversas, extremamente polivalentes e fiáveis, com uma capacidade de carga difícil de igualar na sua classe, muito fáceis e económicos de manter, com baixo custo de utilização à hora face ao seu grande potencial, e principalmente a um preço que não existe competição para um helicóptero com as mesmas capacidades.

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Veja aqui um pequeno Video da 2022 Special Operations Forces International Conference  Military Capabilities Demo:

DSEI 021 – Defense and Security Equipment International of 2021

Esta reportagem contou com os Patrocínios de:

A DSEI – DEFENCE & SECURITY EQUIPMENT INTERNATIONAL, é um das maiores Exposições Internacionais de Defesa que se realiza na Europa. Ocorre bi-anualmente e é um evento mundial que conecta governos, forças armadas internacionais, líderes de opinião da indústria e a cadeia global de fornecedores e distribuídos de produtos de defesa e segurança, numa escala incomparável.

Com uma variedade de oportunidades valiosas para networking, uma plataforma para negócios, acesso a conteúdo relevante e demonstrações de equipamentos ao vivo, a comunidade de visitantes e expositores da DSEI pode compartilhar conhecimento, descobrir, inovar e experimentar os recursos mais recentes nos sectores aeroespacial, terrestre, naval, segurança e outros domínios. A ultima exposição realizou-se em Londres, contou com a participação de 50 Países, cerca de 1 700 Expositores, mais de 36 000 participantes, distribuídos por 44 Pavilhões e impressionantes palestras  apresentadas por mais de 300 especialistas de renome internacional.

A nível de expositores, participaram quase todos os gigantes da Defesa Mundial, com a exposição a ir desde fabricantes de armas ligeiras até às grandes viaturas militares. No que diz respeito a Portugal, estiveram presentes militares dos vários ramos das Forças Armadas com vista aos estudos correntes para aquisição de equipamentos aprovados pela presente lei de programação militar. Conseguimos assim observar em primeira mão alguns dos mais recentes equipamentos que poderão ser uma opção para os militares Portugueses.

Dentro do sector terrestre destacamos as armas ligeiras da FN HERSTAL, com a apresentação da Metralhadora Ultra-Ligeira FN EVOLYS. Não esquecendo também armas como a FN SCAR H PR e a SCAR SC, que poderão complementar a família de armas ligeiras já adquiridas pelo Exército Português. Podemos também observar algumas armas de apoio, como as MINIGUN 7,62x51mm da empresa PROFENSE, que é neste momento o fabricante mais promissor nesta área, pois as suas armas são as unicas que permitem uma cadência de fogo variável entre 1500 RPM ou 3000 RPM. No que toca aos sistemas RWS (Remote Weapons Station), a mais famosa sendo a Kongsberg, podémos ve-las a equipar as mais variadas plataformas, inclusive em Unmanned Ground Vehicles (UGV), em configurações que usam armas em 30x113mm, 40x53mm, .50Cal., 7,62x51mm e até 5,56x45mm, e com capacidades que vão desde Anti-Carro com ATGM (Anti Tank Guided Missile), até às funções Counter UAS (Unmanned Aerial System). De destacar a versão RS4 equipada com um Lança Rockets da Arnold Defense, que permite disparar Rockets guiados APKWS da BAE Systems e assim eliminar alvos onde um ATGM seria demasiado dispendioso ou até um overkill. Podemos também vislumbrar as várias versões das Caçadeiras Benelli, em que as Super nova ganharam o concurso da NSPA (NATO Support and Procurement Agency) para equipar o Exército Português.

No que toca a viaturas damos especial relevância aos novos Humvee SABER da AM General e ao Humvee HAWKEYE  (com uma peça de artilharia 105mm soft recoil). Os primeiros pela sua inovação em termos de proteção, conseguindo mesmo assim manter a viatura numa configuração modesta em termos de tamanho e peso. No segundo, porque a necessidade de plataformas muito moveis que providenciem poder de fogo é, cada vez mais, de extrema importancia. Muito interesante tem sido também a proliferação de motas electricas de duas rodas, com várias viaturas ligeiras a apresentarem montagens para transportar este tipo de viaturas e assim os seus militares poderem efectuar certos tipos de missões sem serem detetados umas vez que estas quase não emitem assinatura sonora, térmica e inodora. Também as viaturas da General Dynamics tiveram especial papel, com o IFV ASCOD a participar com várias versões, inclusive uma dedicada exclusivamente ao lançamento de misseis anti-Carro (ATGM – Anti Tank Guided Missile), carregando 8 misseis prontos a disparar.

A DSEI costuma ter uma exposição Naval considerável, no entanto desta vez estava um pouco mais modesta. Com os grandes Navios mais ausentes, as pequenas embarcações e os sistemas não tripulados tiveram mais destaque. O lançamento do novo CB90 HSM foi um sucesso e este barco patrulha de alta performance e com capacidade de desembarque amfíbio impressionou todos os presentes. No campo dos UAV/UAS embarcados, o Camcopter S-100 da Schiebel continua a sua expansão por várias Marinhas mundiais e o FIRE SCOUT da Northrop Grumman tem vindo cada vez mais a provar o seu valor e o porquê de os pequenos drones navais não terem qualquer utilidade em combate, necessitando plataformas deste género para realmente serem plataformas aéreas navais eficazes e uteis.

No que toca aos equipamentos aéreos convencionais, damos destaque aos Helicópteros UH-60 Blackhawk armados com metralhadoras FN M3M e Miniguns PROFENSE,  e em alguns casos com Lança Rockets da Arnold Defense. Estes equipamentos podem ser montados numa montagem externa ao Helicoptero que assim nao rouba espaço de cabine e permite a reconfiguração dos Helicopteros em muito pouco tempo. Permite também que as metralhadoras sejam apontadas para a frente e disparadas pelo piloto, ou manejadas lateralmente pelos gunners num vasto angulo.  A Arnold Defense fabrica PODS lançadores de rockets em várias versões que equipam também Aviões (como os F16 e F18) e Helicópteros de Ataque (como o Apache e Cobra), assim como viaturas terrestres. Uma grande evolução no que toca a lança rockets é agora poderem disparar Rockets Guiados, como o APKWS da BAE Systems, que passa a ser um pequeno míssil guiado, com menores danos colaterais e menor custo de aquisição, mas com a mesma precisão.

Uma das grandes vantagens desta feira se realizar em Inglaterra é que tanto as empresas Norte Americanas, como Europeias e até de aliados no Médio Oriente, estão presentes, permitindo assim, a quem interessado, conhecer muitos dos equipamentos que vão desde as gamas mais altas, até versões mais económicas mas que satisfazem Países aliados. A próxima será já em 2023 e esperemos que seja ainda um maior sucesso.

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DeepInfil 21 – Exercício do Exército Português e das Forças Armadas Alemãs

Artigo patrocinado por:

Aos primeiros raios de luz, já as forças do Exército Português se encontram em posição para tomarem de assalto as posições de um acampamento terrorista. Há 3 noites atrás, um destacamento da Companhia de Precursores dos Paraquedistas do Exército Português, juntamente com elementos Sniper da Força de Operações Especiais, já haviam feito uma incursão noturna por salto operacional de grande altitude para a área, e reportavam para a cadeia de comando todos os movimentos inimigos, preparando assim o terreno para a inserção noturna por Paraquedas de duas Companhias de Paraquedistas, que iriam executar o assalto final. Nessa noite preparam e assinalam toda a Drop Zone, fazendo assim todo o link up com a Força de Assalto.

Ao mesmo tempo que os Precursores Portugueses haviam sido inseridos no terreno, militares do Spezialisierte EGB Forces (Specialized Army Forces with Expanded Capabilities for Special Operations), pertencentes à 1ª Brigada Aerotransportada do Exército Alemão, também executam saltos de grande altitude para pontos chaves da área de operações, de modo a poderem controlar rotas de aproximação ou fuga, dando assim apoio directo a esta operação.

Esta não é uma operação real, mas é uma hipotética missão que o Exército Português esteve a treinar no Exercicio DeepInfil 021, juntamento com a Força Aérea e Exército Alemão.

O Exercício DEEPINFIL 21, decorreu de 9 a 19 de Novembro, no Aeródromo Militar de Tancos, onde está sediado o Comando da Brigada de Reação Rápida do Exército Português, e contou com a participação do Batalhão Operacional Aeroterrestre (BOAT) do Regimento de Paraquedistas, de militares do Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), da Força Aérea Alemã e da 1st German Airborne Brigade, sediada em Fritzlar, na Alemanha. Para este exercício, as Forças Armadas Alemãs enviaram para Portugal 172 Militares, 3 Aeronaves e várias viaturas.

Este exercício, que integra o ciclo de treino operacional do BOAT, serviu para treinar o planeamento de operações aerotransportadas e a execução de infiltrações do Destacamento de Precursores, integrando elementos da Força de Operações Especiais, por intermédio de saltos de abertura manual a altitudes fisiológicas e não fisiológicas.

Alguns dos Militares Portugueses também completaram neste exercício, os Cursos de Queda Livre Operacional e de Piloto de Tandem Operacional. O Curso de Queda Livre Operacional destina-se a habilitar os militares com as competências necessárias para serem infiltrados no Teatro de Operações através de saltos em queda livre, com equipamento de combate e sistema de oxigénio a grandes altitudes, em ambiente diurno ou noturno. O Curso de Piloto de Tandem Operacional destina-se a preparar o militar para desempenhar a função de Piloto Tandem na Companhia de Precursores, realizar infiltrações a grande altitude através de saltos em paraquedas do tipo “asa”, utilizando para o efeito um equipamento bilugar, transportando um passageiro e cargas até 200 kg. Esta valência permite incluir na constituição da força a projetar um ou mais especialistas não qualificados em queda livre operacional.

Estes militares altamente especializados fazem parte das forças de reação rápida da NATO e a interação entre os Precursores Portugueses e forças Alemães permitiu o intercâmbio de técnicas, táticas e procedimentos, potenciando a criação de sinergias no treino, metodologias e procedimentos técnicos aeroterrestres entre todos os participantes.

Os Paraquedistas de ambas as Nações aproveitaram as excelentes condições meteriológicas que o nosso País proporciona, treinando assim saltos táticos de paraquedas com equipamento de combate, tanto de dia como de noite, usando as aeronaves Alemãs A400M e Skytrucks M28, que este País enviou para este exercício.

Pode também vizualizar um vídeo do exercício onde observa Militares da Companhia de Percurssores dos Paraquedistas Portugueses e do Centro de Tropas de Operações Especiais do Exército Português:

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FN Herstal EVOLYS – Nova metralhadora ligeira

A empresa Sodarca Defense, representante em Portugal do maior fabricante de armas ligeiras do mundo, a FN Herstal, anunciou hoje, 6 de maio de 2021, o lançamento de uma metralhadora totalmente nova com características exclusivas, a FN EVOLYS ™. Com esta nova adição ao portfólio de produtos da FN Herstal, a empresa definitivamente pretende escrever um novo capítulo na história das metralhadoras.
Hoje, FN Herstal revelou aos mercados de Defesa e Segurança uma metralhadora completamente nova – a FN EVOLYS ™ – durante um evento global digital de lançamento de produto.  Esta nova arma apresenta uma arquitetura incrivelmente inovadora e aberta, juntamente com características únicas.

O FN EVOLYS ™ é uma arma ultraleve, radicalmente diferente, que combina as capacidades de disparo de uma metralhadora alimentada por fita com ergonomia e equilíbrio semelhante a uma espingarda de assalto. Isso é exatamente o que é necessário e esperado pelos usuários para operações atuais ou futuras. A FN EVOLYS ™ foi desenvolvido em dois calibres, 5,56x45mm e 7,62x51mm, podendo no entanto, devido a sua arquitetura aberta, ser adaptada a outros calibres no futuro.

A FN EVOLYS ™, com um peso entre 5,5 e 6,2 quilos dependendo do calibre, é muito mais leve que as metralhadoras de referência atuais. Esse peso reduzido permite que o usuário se mova em terrenos difíceis rapidamente e  empenhe com um alto volume de fogo quando necessário, sem quaquer dificuldade. O seu peso reduzido e excelente equilíbrio também permitem que a arma seja disparada de qualquer posição (ombro, cintura, joelhos, deitado). A transição de uma posição de tiro para outra é facilitada pelo design da interface de fixação da coronha.

A metralhadora ultraleve FN EVOLYS ™ dispara como uma metralhadora mas consegue ser manuseada como uma espingarda de assalto. O seletor de fogo ambidestro 3 posições. Segurança. Uma posição semi-automática que permite disparar tiro a tiro contra alvos pontuais, tal como com um espingarda de assalto. Automático, que permite fogo de supressão como qualquer outra metralhadora. A coronha é ajustável em comprimento e altura. Seja qual for o tamanho ou o equipamento que o militar usar, consegue sempre ajustar a arma para uma posição de tiro confortável.

Os materiais e tecnologias de última geração usados ​​na FN EVOLYS ™, combinados com a experiência de longa data e o espírito inovador da FN Herstal, garantem que a redução de peso não compromete os fatores vitais de fiabilidade, segurança do usuário e vida útil das peças. O amortecedor hidráulico incorporado na arma permite uma cadência de tiro constante e reduz o recuo. A FN EVOLYS ™ foi projetada desde o início para disparar intensamente com um silenciador e, portanto, não apresenta qualquer redução no desempenho quando equipada com esse tipo de dispositivos.

Outra grande inovação no FN EVOLYS ™ é o mecanismo de alimentação lateral patenteado, que permitiu que o design incluísse várias melhorias importantes solicitadas pelos utilizadores:

  • O rail superior é comprido e de uma só peça, permitindo assim a montagem de uma combinação de várias miras ópticas em linha, como visores diurnos e noturnos, ou simplesmente miras de aumentos, sem necessidade de remover as miras de ferro.
  • Acesso fácil, instintivo e rápido a todos os controles por combatentes canhotos ou destros, para melhor manuseamento no campo de batalha.
  • Todas as ações podem ser feitas com apenas uma mão, incluindo engatar a fita de munições.
  • Os cartuchos são reposicionados automaticamente quando a tampa de alimentação é fechada, mesmo se a fita não for colocada corretamente na bandeja de alimentação. Isso evita a falha na alimentação da primeira munição, o que é uma grande garantia para o usuário.
  • O último link é ejetado automaticamente, abrindo caminho para um recarregamento mais rápido e confiável.

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Combate Corpo a Corpo – Operações Especiais do Exército Português

Desde a pré-história que o Homem desenvolveu a arte de matar para sobreviver, seja para comer, ou para se proteger. As habilidades que ele possuía para caçar eram semelhantes às habilidades que ele possuía para lutar, o que nos leva a pensar que as táticas fossem semelhantes. O Homem sempre entendeu que a sua sobrevivência dependeria em grande parte das habilidades conseguidas pelas suas mãos. Ao longo das gerações, a arte de combater sofreu melhorias, deixou de se combater a ver a cor branca dos olhos do inimigo e começou-se a criar distância entre os contendores, desde a construção de espadas e flechas, até à pólvora e munições. Com estas descobertas, inevitavelmente, atrofiaram-se as habilidades no combate desarmado do soldado, contudo, nos últimos confrontos mundiais, onde a ameaça é irregular e surge de forma inesperada, verificou-se que o último recurso pela garantia da sua sobrevivência está nas suas habilidades motoras.

Qualquer militar em virtude da sua função e da natureza das tarefas que executa, pode, a qualquer momento, tornar-se um alvo de vários ataques à sua integridade física.
Sendo assim, torna-se vital que saiba dar resposta a essas ameaças, seja numa situação de intimidação, ameaça verbal, combate desarmado e combate armado.
“Método de Aplicação Militar que tem por finalidade a aquisição de técnicas eficazes para utilização no combate com contacto físico, desenvolvendo características tais como a adaptabilidade, a autoconfiança, a combatividade, a coragem e a decisão e servindo-se de qualidades físicas como a força – a flexibilidade, e rapidez de reação, a coordenação
e o sentido cinético.” (Comando de Instrução do Exército, 2002, p. 7 anexo “B” ao REFE).
O CCC está inserido na componente de Treino Físico de Aplicação Militar, sendo consequentemente uma atividade prevista no âmbito da Educação Física Militar, onde se
realizam um conjunto de atividades visando a aquisição, o desenvolvimento e a manutenção de determinados gestos, técnicas e capacidades psicomotoras preparatórias para o combate. Em suma, o CCC deve ser entendido como a luta entre dois ou mais oponentes, recorrendo ou não, ao uso de armas para o confronto que se tornou inevitável, onde serão testadas as suas qualidades físicas, técnicas e psicológicas a par da sua destreza para a combatividade, flexibilidade e velocidade, melhorando substancialmente os seus reflexos naturais, a sua coragem, confiança, espírito de corpo e autodisciplina,
permitindo assim, a sobrevivência do militar no campo de batalha.

Entende-se por Defesa Pessoal (DP) como a arte de prevenir a agressão ou minimizar o risco dela, socorrendo-se da mesma para proteção e preservação individual, evitando assim constituir-se uma vítima. Para tal, implica que o militar permaneça constantemente em estado de alerta e desperto para todas as situações que possam surgir próximo da sua área de atuação. A aprendizagem da arte de combate próximo concorre para o aumento da proficiência técnica do soldado nas várias fases do espectro do conflito, em qualquer operação militar.

A luta Corpo a Corpo de defesa pessoal tem como princípios:

Serenidade – O militar deve lidar e enfrentar mentalmente as situações sem que o medo ou ódio controlem as suas ações; Perceção – Num ambiente de combate é fundamental o militar estar ciente de tudo o que o rodeia, nomeadamente nos 180º da sua retaguarda. Ao longo do combate mais oponentes podem aparecer, e nesses casos a situação é extremamente complicada, uma vez que estamos a lidar com múltiplos oponentes;

Posição Dominante – Durante o combate é crucial o militar garantir  uma boa postura de combate, isto é, a postura ideal e essa deve-se traduzir na correta posição das suas pernas
e braços, permitindo desta forma um bom equilíbrio mantendo o peso corporal distribuído, mas ao mesmo tempo deve ser uma posição que lhe confira fácil movimentação, necessária para as técnicas de ataque e de defesa;

Distância – A distância é diferenciada em virtude dos golpes e técnicas que o militar utiliza quando em combate. Deve ser feito o raciocínio lógico da técnica utilizada de acordo com
a distância a que o oponente se encontra;

Agressividade – Possivelmente o princípio mais importante no CCC. Quando o militar recorre ao combate próximo, o nível de agressividade deve ser progressivo. Uma vez quebrado este princípio, a derrota é inevitável. O combate só terá o seu fim, quando
o oponente estiver neutralizado;

Fluidez – No Processo de combate a técnica deve estar em harmonia com a tática utilizada de forma a maximizar o potencial e causando efeito desejado no oponente o mais rápido possível;

Simplicidade – As técnicas utilizadas em combate devem seguir a linha da simplicidade, mas procurando sempre a eficácia. Quanto menos movimentos elaborados, menos possibilidade existe de comprometer os princípios enunciados.

Apesar de vulgarmente associarmos o termo “Combate Corpo a Corpo” ao confronto entre duas ou mais pessoas que combatem a curtas distâncias, onde o recurso a armas de fogo se torna desadequado, não é de todo o mais correto, pelo que arrisco-me a dizer que ao longo de muitos anos, fomos “desastrados” na forma como avaliamos este vetor, prova inequívoca da necessidade urgente em se priorizar e integrar esta temática na formação e treino do Soldado Moderno do exército português, por forma a prepará-lo para os obstáculos que podem opor-se ao cumprimento de várias tarefas/missões.
Alguns autores defendem que o conceito DP está associado à vertente civil enquanto o conceito CCC está associado à vertente militar, uma vez que o primeiro tem por base medidas preventivas/defensivas, ao contrário do segundo que se socorre de medidas ofensivas/letais. Outros acrescentam ainda que a DP tem por princípio evitar o conflito e que deve ser aplicada dentro de uma lógica de salvaguarda da integridade física e sobrevivência, ao contrário do CCC que pode ser utilizado para causar resultados letais.
Portanto, é possível verificarmos que existe alguma disparidade quanto ao propósito e enquadramento de cada uma das disciplinas.
Quer na vertente civil, quer na vertente militar, o uso proporcional da força deve ter-se sempre em consideração. Os civis regem-se pelo código penal, os militares, pelas ROE. Nem sempre os militares podem matar, como o “matar” não deixa de ser uma possibilidade para um civil, quando e só a sua vida depende disso. Isto para concluir
que ambas as disciplinas podem estar presentes quer numa vertente, quer noutra.

O Soldado Moderno deve ser capaz de combater nas várias modalidades: arma longa (espingarda de assalto, DMR, Metralhadora, caçadeira); arma curta (arma de recurso/arma secundária); combater com recurso a objetos de corte (baioneta, faca de combate, machado, machete, navalha); e por fim, sem armas, socorrendo-se apenas das suas habilidades motoras. Esta será portanto a lógica de necessidades para atribuição de competências motoras do Soldado Moderno no vetor Close Quarters Combat (CQC).
A aplicação do vetor CQC, na formação e treino do Soldado Moderno, trás muitas vantagens, designadamente o desenvolvimento das suas capacidades motoras, bem como
despertar os sentidos que originam o reflexo. Atribui a cada elemento, sentido defensivo e estimula o sentido ofensivo que, naturalmente, é ausente à maioria dos militares iniciantes, mas que deve estar latente nos mais avançados. Este vetor está subdividido na disciplina de técnicas CCC e técnicas DP.

Com o CCC procura-se, através da utilização de várias técnicas de combate, desenvolver a coordenação motora do militar para superar com inteligência e técnica, as variáveis de uma possível agressão de contacto violento. Esta subfase visa expulsar o receio, desenvolver a condição física, a coragem, a combatividade e o controlo de movimentos, resultando no total equilíbrio da mente e do corpo.
Com a DP, procura-se capacitar o militar a defender-se de adversários, armados ou não, através dos seus membros e/ou com auxílio de armas ou objetos, sem especial propósito. Indica-se ao militar, um conjunto de pontos críticos no corpo do oponente que juntamente com técnicas simples vão aumentar as suas capacidades no combate desarmado. Esta subfase procura desenvolver capacidades como a adaptabilidade, a autoconfiança, o reflexo e a velocidade do militar.

Em suma, e fazendo referência aos quatro pilares da sobrevivência: mentalidade adequada; consciência da situação; proficiência em habilidades; e aptidão física, o Soldado Moderno após adquirir todas estas competências, que constituem a base para o sucesso em todas as situações de combate, vai ser capaz de dar uma resposta firme, explosiva e letal, de acordo com as situações.

E nas Forças de Operações Especiais (FOEsp), o domínio das técnicas de CCC têm impacto no cumprimento da missão? Como é rentabilizado por estes Soldados de Elite o conhecimento técnico adquirido?
Sim! É extremamente importante. Digamos que é o expoente máximo de capacidades adquiridas por um Operacional. Como sabemos, o sucesso das SOF depende em muito da agilidade e flexibilidade dos seus operacionais, mas acima de tudo da simbiose de quatro
fatores de destaque: o homem certo; no lugar certo; há hora certa; com treino e conhecimento certos. Dentro das missões principais das FOEsp, Reconhecimento Especial (RE), Assistência Militar (AM) e Ação Direta (AD), destaque para a última por ser aquela que maior exigência e precisão obriga por parte dos operacionais que a executam. Caracterizada por ser uma ação precisa e direta sobre um alvo específico, limitada quanto à ação e duração e que geralmente é executada sobre alvos bem definidos, de elevada criticidade e de elevado significado estratégico ou operacional, é por si só uma ação que obriga a um domínio completo por parte dos operacionais. O conjunto de “skills” mais rentabilizadas neste tipo de ações são aquelas onde o contacto próximo estará garantido, ou seja, o tiro discricionário a curta distância e o CCC.
Em momentos em que o combate ocorre rápido e em ambiente tridimensional/Close Quarters Battle (CQB), há coisas que poderão falhar e por norma é quando mais precisamos delas. Mas, se isso acontecer o operacional tem de se adaptar, e se necessário estreitar o contacto o mais rápido possível para eliminar a ameaça de forma eficaz. E é aqui, que reside a separação relativamente ao Soldado convencional.
Enquanto forças convencionais devem estar preparadas para a utilização de técnicas de CCC no limite, FOEsp têm de adaptar o seu treino para não ter de as utilizar apenas no
limite, mas sim a determinada altura em que a missão assim o exige. Quanto à utilização de CCC por FOEsp, o conceito de sobrevivência continua presente, mas acima de tudo
deve ser evidenciado o conceito “Cumprimento de Missão”. Quando se aplica o CCC para sobreviver, há o entendimento que o foco está apenas numa ameaça e após a neutralização da mesma há um tempo de recuperação para reorganizar e continuar se for necessário, ao contrário do objetivo da aplicação do CCC para cumprimento de uma tarefa específica ou eliminação de um obstáculo.

As FOEsp, em CQB, têm de ser furtivas e letais, não havendo tempo para parar e reorganizar na maioria das vezes. É por isso que o Operacional tem de dominar e aplicar, sem dúvidas ou hesitação, o conjunto de habilidades que detém, de forma a garantir o sucesso da missão. Não há tempo para lutar de forma equilibrada, tem de se ser inteligente e perspicaz para se perder o menor tempo possível e evitar o máximo de exposição.
Relacionando o CCC nas FOEsp com um conceito de cumprimento de missão e não apenas o de sobrevivência, isto explica a razão de várias forças congéneres estarem constantemente a alterar os seus programas de treino de CCC. Sendo uma das tarefas elementares para o Operacional, o domínio das técnicas de CCC, há necessidade de se
dedicar horas de treino para alcançar a proficiência técnica. E são essas horas de treino e a procura incansável em identificar e corrigir lacunas, que obrigará à alteração constante dos programas técnicos. Esta alteração é positiva, pois procura dar respostas às fraquezas e deficiências encontradas nos programas anteriores. As alterações constantes das características do campo de batalha, exige que os operacionais das FOEsp sejam mestres no CQB, o que acarreta enormes responsabilidades, nomeadamente na adequada e sólida aprendizagem das habilidades para combate, num curto espaço de tempo e bem definido, ou seja, não se podem passar anos a desenvolver metodologias, sem que possam ser aplicadas em segurança e com eficácia.
Criatividade e Adaptação serão sempre dois aliados para o desenvolvimento cognitivo e motor do Operacional das Forças de Operações Especiais do Exército Português.

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GIOE fornece Formação, Mentoria e Assistência a unidades Contra-Terroristas no Sahel

O Sahel é uma faixa de 5 400 km de extensão no centro norte do continente africano que atravessa os seguintes países (de oeste para leste): Gâmbia, Senegal, a parte sul da Mauritânia, o centro do Mali, Burkina Faso, a parte sul da Argélia e do Níger, a parte norte da Nigéria e dos Camarões, a parte central do Chade, o sul do Sudão, o norte do Sudão do Sul e a Eritreia. A existência de vastos territórios onde o controle do Estado é insuficiente ou inexistente, particularmente em áreas rurais ou semidesérticas, e a dificuldade de monitorizar fronteiras favorecem a presença de grupos terroristas e de todo o tipo de organizações criminosas na região. O desenvolvimento da segurança torna-se um elemento-chave no Plano de Acção Regional 2015 – 2020 da Estratégia da União Europeia para a região do Sahel.

Nessa perspectiva, a Guarda Nacional Republicana (GNR) através do Grupo de Intervenção de Operações Especiais (GIOE) participa no projecto Europeu GAR-SI SAHEL (Groupes d’Action Rapides – Surveillance et Intervention au Sahel) com militares empenhados na formação e monitorização de unidades de contra-terrorismo que serão empenhadas nas zonas mais problemáticas. Neste projecto participam mais três Estados-membros da União Europeia: a Guardia Civil (Espanha), a Gendarmerie Nacional (França) e a Guarda dei Carabinieri (Itália).

O projeto teve início em janeiro de 2017, e o GIOE tem como principal objetivo do projeto, a criação de unidades de intervenção, ao nível das Forças de Segurança dos 6 países beneficiários, que disponham de capacidade efetiva para responder a situações de grave alteração da ordem pública, mas também para assegurar a prevenção e combate ao crime, procurando assegurar a afirmação do Estado de Direito na totalidade do território dos referidos Estados do Sahel.  Para tal desiderato, e até ao momento, o projeto logrou a criação de Unidades de Intervenção Rápida (Unidades GARSI) em cada um dos Estados beneficiários, unidades estas que integram um total de mais de 800 militares, altamente formados e treinados, e que têm desempenhado um papel fundamental em domínios como sejam a prevenção e o combate ao terrorismo e à radicalização, aos diversos tipos de tráficos ilícitos, bem como à imigração ilegal. A GNR vinha a assegurar a subcoordenação das unidades regionais deste projeto, em dois países de importância capital: Níger e Burkina-Faso. Recentemente, a GNR passou a assumir por completo a coordenação do projecto a nível do Mali, Niger e Burkina-Faso.​

No apoio dado a estas unidades existem formações periódicas, para as quais se deslocam de Portugal elementos especializados. Em 2020 está prevista uma formação no Mali e no Burquina Faso que conta com a participação de Snipers do GIOE, bem como de uma equipa do Centro de Inativação de Engenhos Explosivos (EOD). Também está prevista a deslocação do comandante do GIOE ao Senegal e ao Burquina Faso em missão de mentoria.

As equipas do GARSI treinadas pelo GIOE têm obtido vastos sucessos no combate ao terrorismo. Ainda recentemente, em 19 de Maio de 2020, uma operação no Burquina Faso,  na província de Kossi junto à fronteira com o Mali, eliminou 47 elementos do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (Group for the Support of Islam and Muslims – GSIM), a principal formação jihadista na região do Sahel, grupo aliado da Al-Qaeda. Os elementos da Gendarmerie Nationale sediados na localidade de Barani tinham como missão desmantelar várias bases terroristas que atuavam na área chamada Boucle du Mouhoun. Nesta intervenção, para além das baixas inimigas, conseguiram destruir 2 bases terroristas, capturar um número muito elevado de motociclos, várias armas e munições (Kalashnikov, Zastava, PKM, RPG) e um elevado volume de combustível.

O GIOE, é uma das forças militares Portuguesas de Operações Especiais, parte integrante da Guarda Nacional Republicana, e que constitui a unidade de resposta, para a gestão e atuação em situações complexas e de emergência e, que requerem o compromisso de homens especialmente treinados e equipados, com técnicas, táticas e meios especiais de intervenção, para realizar ações contra-terroristas e resgates de reféns em Portugal ou onde o Governo Português entenda por necessário.

Em Portugal, a decisão de criar uma unidade de resposta especializada a situações de alta violência, considerando-se como tal os atentados que envolvem raptos, tomada de reféns, pirataria aérea e ações de terrorismo, dentro da Guarda Nacional Republicana, foi tomada em 24 de outubro de 1978 e ganhou o nome de Grupo Especial de Intervenção (GEI). Em 1983, o GEI iniciou a formação no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), do Exército Português. As razões prendiam-se com as necessidades de formação, alicerçadas na forma de atuar no valor anímico, na inteligência, no espírito de sacrifício, na energia e tenacidade, numa vontade forte e constante, na rusticidade e resistência física e na sobriedade e discrição, que só o CIOE em Portugal conseguiria transmitir, pautando-se por elevados padrões de conduta, de camaradagem, de coesão, de espírito de corpo e de sentido de entreajuda. Com esta qualificação em “Operações Especiais” e após a formação com aproveitamento de 3 Cabos e 29 Soldados, o GEI passou em 21 de abril de 1983 a designar-se Pelotão de Operações Especiais (POE).  Em 30 de abril de 2003, o Pelotão de Operações Especiais passa a designar-se Companhia de Operações Especiais (COE). Constituindo-se como Companhia, articula-se por Comando, por seção de comando e Pelotões de Operações Especiais. Em 2007, a Guarda decide dimensionar as Operações Especiais para um novo patamar de resposta aos desafios do futuro. Assim, é criado Grupo de Intervenção de Operações Especiais (Portaria 1450/2008, 16DEC), que aumenta a sua dimensão para duas Companhias de Operações Especiais e uma Secção de Comando.

Em território nacional, o GIOE atua na área de responsabilidade da Guarda, que compreende 96% do território e 56% da população portuguesa, apoiando quando necessários as restantes Unidades da GNR dispersas pelo país, bem como aquelas que estão mais próximas junto dos órgãos de soberania. Ao nível da segurança de pessoas e de locais sensíveis, o GIOE tem apoiado o dispositivo territorial em eventos de massa, como é o caso das cerimónias religiosas de Fátima ou da segurança das instalações da seleção nacional, tanto com elementos em segurança próxima, como com equipas de sniper colocados em pontos dominantes.

O GIOE é uma força com uma importância enorme, tanto no que toca a segurança nacional como Internacional, e a sua capacidade de mobilizar os seus militares para qualquer zona do planeta em cerca de 48h, coloca-a a par de qualquer uma das suas congéneres Mundiais.

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Comandos treinam CQB na preparação da 8ª FND para a RCA

O aprontamento dos Comandos e respectiva 8ª FND para a Republica Centro Africana está na sua fase final. As missões anteriores, e a que está a decorrer, demonstraram a importância de se conseguir operar nas aldeias e cidades daquele País. Os grupos armados têm se refugiado em várias localidades onde muitas das vezes as operações acabam por resultar em buscas casa a casa, o que aumenta significativamente o perigo para os militares envolvidos.

Embora, infelizmente, ainda não exista em Portugal nenhuma área de fogo real que permita um treino adequado a este tipo de operações, os Comandos têm acesso a várias zonas de treino com áreas edificadas (MOUT-Military Operations in Urban Terrain) onde podem treinar com tiro de salva. Desta feita acompanhámos o seu treino, mais específico no que toca a CQB (Close Quarters Battle), numa área improvisada que esta força usa com regularidade, e no campo de tiro de Alcochete.

Este treino incidiu principalmente na tomada de posições em vias de circulação (pedestres e automóveis), de modo a permitir que os militares pudessem penetrar nos edifícios e assim revista-los e eliminar qualquer ameaça que se lhes apresentasse à frente. Os Comandos deram especial ênfase a penetração dentro dos edifícios, assim como aos perigos que poderão advir dessa manobra complexa. O posicionamento dos militares, a sua movimentação muito compacta, o “inundamento” de cada compartimento com os militares nas posições certas de modo a evitar o fogo fraticida, e a execução de disparos certeiros de modo a atingir apenas o pretendido sem risco de danos colaterais, é extremamente importante no que toca a este tipo de treino.

Também no que toca a providenciar apoio a estas manobras, numa perspectiva global da operação, o treino pode ser complexo. Enquanto os militares se deslocam nestas áreas, os perigos não estão só dentro dos edifícios, os telhados, a ameaça IED, posições improvisadas de sniper, check points reforçados com PKM ou RPG, entre outras. Assim sendo, os Comandos aproveitaram para treinar a incorporação de viaturas, quando possível, na manobra de apoio e protecção. Também os atiradores especiais, granadeiros e os apontadores de Metralhadoras Ligeiras e Médias têm um papel muito importante na cobertura das movimentações do militares que fazem a limpeza casa a casa.

Os Exercicios de CQB culminaram num grande Exercicio que envolveu toda a companhia de manobra, TACP da Força Aérea Portuguesa,  assim como os restantes elementos da 8ª FND, incluindo Viaturas Pandur e VAMTAC. Em breve lhe apresentaremos mais imagens desse Exercício.

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SCAr H Trijicom VCOG

Comandos – Curso de Atirador Especial

O Regimento de Comandos ministrou, integrado no programa de aprontamento da 8.ª Força Nacional Destacada (FND) Conjunta da MINUSCA, o 3.º Curso de Atirador Especial.

Os atiradores especiais (designação dada nas Forças Armadas Portuguesas), também conhecidos noutros Países como atiradores designados (Designated Marksman) usam a mesma arma orgânica que o resto dos militares da equipa, no entanto estão equipados com alças telescópicas que lhes permitem bater alvos a maiores distâncias, em proveito das ações de fogo e movimento das equipas e dos grupos de combate de Comandos.

SCAr H Trijicom VCOG

A nova Espingarda de atirador especial do Exército Português, a FN SCAR-H em 7,62x51mm

Este curso, foi o primeiro a ser ministrado com a nova tipologia de armamento do Exército Português. Os militares estavam armados com a espingarda de atirador especial, FN SCAR H, arma esta em 7,62x51mm, equipada com alça Trijicon VCOG, e usavam como arma secundária as, também novas, Pistola Glock 17 Gen 5. O atirador especial usa esta mira pois com aumentos variáveis, pode ir de um aumento para tiro a curta distancia até seis aumentos para distâncias maiores. A mira tem um retículo com linhas de estádia, o que permite facilmente ao atirador ver a que distância se encontra do alvo e colocar a linha da distância correspondente sem ter que efetuar mais cálculos nem tocar nos ajustes da mira. Esta é igualmente equipada com o retículo  iluminado para ser possível acoplar sistemas de visão noturna e fazer tiro durante a noite.

Este curso destina-se a capacitar os militares que o frequentam com competências técnicas na execução de tiro de precisão até aos 600 metros em apoio das suas Subunidades. E tem a duração de 15 dias úteis de formação incluindo os módulos de reforço de conhecimentos teóricos tais como: princípios fundamentais do tiro, avaliação de distâncias, balísticas, influencias das variáveis atmosféricas no tiro. A esta fase segue-se outra essencialmente prática que, em carreira de tiro, visa o domínio da técnica de tiro. Os formandos executaram também tabelas de tiro reativo de espingarda e de pistola. Assim como exercícios de tiro com condicionamento físico integrado na sessão.

A nossa revista encontra-se a acompanhar o aprontamento dos Comandos e respectiva 8ª FND para a Republica Centro Africana e em breve teremos mais imagens para os nossos leitores.

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DSEI 19 – DEFENCE & SECURITY EQUIPMENT INTERNATIONAL

 

Esta reportagem contou com o Patrocínio de:

A DSEI – DEFENCE & SECURITY EQUIPMENT INTERNATIONAL, é um das maiores Exposições Internacionais de Defesa que se realiza na Europa. Ocorre bi-anualmente e é um evento mundial que conecta governos, forças armadas internacionais, líderes de opinião da indústria e a cadeia global de fornecedores e distribuídos de produtos de defesa e segurança, numa escala incomparável.

Com uma variedade de oportunidades valiosas para networking, uma plataforma para negócios, acesso a conteúdo relevante e demonstrações de equipamentos ao vivo, a comunidade de visitantes e expositores da DSEI pode compartilhar conhecimento, descobrir, inovar e experimentar os recursos mais recentes nos sectores aeroespacial, terrestre, naval, segurança e outros domínios. A ultima exposição realizou-se em Londres, contou com a participação de 50 Países, cerca de 1 700 Expositores, mais de 36 000 participantes, distribuídos por 44 Pavilhões e impressionantes palestras  apresentadas por mais de 300 especialistas de renome internacional.

A nível de expositores, participaram quase todos os gigantes da Defesa Mundial, com a exposição de fabricantes de armas ligeiras até às grandes viaturas militares. No que diz respeito a Portugal, estiveram presentes militares dos vários ramos das Forças Armadas com vista aos estudos correntes para aquisição de equipamentos aprovados pela presente lei de programação militar. Conseguimos assim observar em primeira mão alguns dos mais recentes equipamentos que poderão ser uma opção para os militares Portugueses.

Dentro do sector terrestre destacamos as armas ligeiras da FN HERSTAL, como a FN SCAR H PR e a SCAR SC, que poderão complementar a família de armas ligeiras já adquiridas pelo Exército. Podemos também observar algumas armas de apoio, como as MINIGUN 7,62x51mm da empresa PROFENSE, que é neste momento o fabricante mais promissor nesta área. Os sistemas RWS (Remote Weapons Station) da Kongsberg apresentaram-se a equipar as mais variadas plataformas, inclusive em Unmanned Ground Vehicle (UGV), em configurações que usam armas em 30x113mm, 40x53mm, .50Cal., 7,62x51mm e até 5,56x45mm, e com capacidades que vão desde Anti-Carro com ATGM (Anti Tank Guided Missile) até às funções Counter UAS (Unmanned Aerial System). Podemos também observar as várias versões das Caçadeiras Benelli que estão a concorrer ao concurso da NSPA (NATO Support and Procurement Agency) para equipar o Exército Português.

No que toca a viaturas damos especial relevância às muito badaladas Oshkosh JLTV (em exposição as versões Porta Morteiros e SHORAD – Short Range Air Defense). Estas estão a ser produzidos em massa para equipar vários Países da NATO (USA, Inglaterra, Lituânia, Monte-Negro, etc) e têm uma capacidade e protecção impressionante, assim como uma polivalência e capacidade de transportar poder de fogo muito considerável para qualquer campo de batalha. Também será de especial importância para a frota Portuguesa os mais recentes Upgrades da AM General ao Humvee/HMMWV  (com artilharia 105mm soft recoil, capacidade para transporte de nove militares, recondicionamento/refurbishment de viaturas antigas e inúmeras outras configurações já com provas dadas nas maiores batalhas deste século) uma vez que estes são uma plataforma muito mais leve do que as recentes vamtac, possuem uma mecânica super fiável e podem chegar a sítios onde estas não conseguirão, assim como têm uma capacidade Parachutável de C130 ou C390 onde as vamtac acopladas às paletes usadas para esse emprego , não cabem no avião.

A DSEI costuma ter uma exposição Naval considerável, e este edição não foi excepção. Desde grandes Navios até às pequenas lanchas semi-rígidas, poderia se encontrar todo o tipo de equipamentos. Algumas Fragatas Inglesas e Belga estiveram presentes onde podemos destacar os equipamentos de protecção de força contra ameaças assimétricas como metralhadoras multicanos GAU-19/B (produzidas pela General Dynamics) em .50Cal BMG, em versões usadas por um apontador ou numa RWS SEA PROTECTOR da Kongsberg. Também no mesmo sector a nova RWS da FN HERSTAL em .50Cal BMG, a DEFNDER estava em demonstração na Fragata Belga. No campo dos UAV embarcados, o Camcopter S-100 da Schiebel fez furor por todos os presentes. As suas capacidades são impressionantes ao ponto de várias Marinhas da NATO e Aliados já o terem adoptado (Estados Unidos, Itália, França, Suécia, Austrália, etc.).

No que toca aos equipamentos aéreos, damos destaque aos Helicópteros UH-60 Blackhawk armados, em que os Lança Rockets da Arnold Defense são equipamento standard. Estes existem em várias versões que equipam também Aviões (como os F16 e F18) e Helicópteros de Ataque (como o Apache e Cobra), assim como viaturas terrestres. Uma grande evolução no que toca a lança rockets é agora poderem disparar Rockets Guiados, como o APKWS da BAE Systems, que passa a ser um pequeno míssil guiado, com menores danos colaterais e menor custo de aquisição, mas com a mesma precisão.

Relativamente a sistemas anti-drone não cinéticos (que não usam qualquer tipo de projéctil), também podemos observar alguns produtos interessantes como o IXI Drone Killer, que é basicamente uma espingarda electrónica que os militares transportam consigo e que neutraliza qualquer drone que apareça na área. Como sistema mais complexo de defesa integrada estática ou móvel (em veículos) gostaríamos de salientar o AUDS, que já está em uso em vários teatros de operações. Este pode detectar drones até quase 4Km e depois empenhar-se com os mesmos electronicamente, e inclusive coordenar com uma RWS estática ou de uma viatura, para se empenhar com o disparo de granadas de 40x53mm (versão Air Burst) ou metralhadora Minigun de 7,62x51mm da PROFENSE.

Uma das grandes vantagens desta feira se realizar em Inglaterra é que tanto as empresas Norte Americanas, como Europeias e até de aliados no Médio Oriente, estão presentes, permitindo assim, a quem interessado, conhecer muitos dos equipamentos que vão desde as gamas mais altas, até versões mais económicas mas que satisfazem Países aliados. A próxima será já em 2021 e esperemos que seja ainda um maior sucesso.

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