Neste mês de Setembro, tivemos a oportunidade de acompanhar os Fuzileiros Portugueses e a sua participação no exercício REPMUS 2025 (Robotic Experimentation and Prototyping with Maritime Unmanned Systems), organizado pela Marinha Portuguesa em conjunto com outras entidades nacionais e internacionais. O exercício decorreu com a presença de mais de 2.000 participantes, entre eles Marinhas de vários Países, indústrias, academias e várias entidades.
Ao mesmo tempo que decorreu o REPMUS, também se desenrolou, em simultaneo, o exercício da NATO, o Dynamic Messenger 2025 (DYMS).
Nestes exercícios, os aliados da NATO, parceiros, indústria e investigadores reuniram-se para testar novos drones, sensores e tecnologias de comunicação inovadoras no mar e no ar em Portugal. Os exercícios incluíram testes de novas tecnologias desenvolvidas pela DIANA, uma organização criada pela NATO para fornecer às empresas recursos, redes e orientação para a criação de tecnologias inovadoras que resolvam desafios críticos de defesa e segurança, incluindo o combate às ameaças à nossa resiliência colectiva.
O exercício REPMUS (Robotic Experimentation and Prototyping Augmented by Maritime Unmanned Systems) da Marinha Portuguesa, constitui uma das mais recentes fronteiras da experimentação militar marítima, centrado no emprego e integração de sistemas não tripulados — aéreos, de superfície e sub-superfície — em cenários operacionais realistas.
A participação dos Fuzileiros Portugueses neste exercício tem crescido de forma bastante significativa, assumindo-se como essencial para modernização, interoperabilidade e para o desenvolvimento de capacidades operacionais adaptadas aos desafios contemporâneos.
Os Fuzileiros Portugueses treinaram Operações anfíbias apoiadas por meios não tripulados e ao mesmo tempo “combatendo” a ameaça dos meios não tripulados adversários. Realizaram ações de reconhecimento e desembarque em praias marítimas e ribeirinhas, assim como em outras zonas costeiras. Nestas ações contaram com o apoio de sistemas não tripulados que contribuem para o reconhecimento topográfico e de identificação de obstáculos. Como exemplo, os UAV podem fazer levantamentos fotogramétricos de uma praia, de modo a permitir a caracterização do terreno, gerando modelos 3D que auxiliarão na preparação das ações de assalto.
Os Fuzileiros têm operado em ambientes nos quais múltiplos sistemas autónomos – aéreos, subaquáticos e de superfície – atuam em conjunto com unidades humanas. Estes sistemas apoiam funções de reconhecimento, vigilância, monitorização ambiental, apoio logístico e, em algumas fases, cobrem o flanco de segurança ou fornecem dados essenciais para decisão tática.
O REPMUS reúne numerosas nações aliadas, instituições académicas e indústria de defesa. No ambiente conjunto, os Fuzileiros treinam com forças estrangeiras, partilham doutrinas de emprego, comunicações, táticas e procedimentos operacionais. Isso fortalece a prontidão e interoperabilidade para participar em operações multinacionais. O exercício permite testar novos conceitos. A participação dos Fuzileiros ajuda a definir requisitos reais para sistemas futuros (robôs, sensores, comunicações, etc), a adaptar doutrinas anfíbias ao uso de meios autónomos, e a promover uma mentalidade de modernização das práticas operacionais.
O uso de sistemas não tripulados incrementa a segurança das operações anfíbias e reduz os riscos para os militares, particularmente durante as fases de reconhecimento ou infiltração inicial. Permite melhorar a eficiência e rapidez de resposta, aproveitando drones e veículos autônomos para tarefas que seriam mais lentas ou perigosas se executadas apenas por militares. Favorece a economia de recursos (logística, deslocações, pessoal) através do emprego de tecnologias que podem estender o âmbito de ação ou reduzir a vulnerabilidade das guarnições. Também contribui para manter Portugal alinhado com as capacidades e exigências da NATO em matéria de defesa marítima e de sistemas não tripulados.
Foi com enorme orgulho que acompanhámos mais uma vez algumas ações dos nossos Fuzileiros e da Marinha Portuguesa. Esperamos que os nossos leitores apreciem as imagens obtidas.
Por fim, fica um abraço de agradecimento e amizade pela sempre constante camaradagem desta unidade para com a nossa revista e a nossa equipa.
Até breve…
Pode também ver alguns vídeos do Exercício: