2º Batalhão de Paraquedistas, a 14ª Força Nacional Destacada para a Republica Centro Africana

Esta reportagem tem o patrocínio da Armaria Camuflado:

O aprontamento do 2º Batalhão de Paraquedistas (2º BIPara) e dos restantes elementos do Exército, Força Aérea e Marinha que constituem a 14ª Força Nacional Destacada (FND) para a Republica Centro Africana (RCA) ficou concluído no corrente Mês, com a entrega do Estandarte Nacional a 10 de Novembro de 2023.

Os primeiros elementos desta força já foram projectados para a RCA e preparam assim a chegada do resto do contigente à base da MINUSCA em Bangui (capital da RCA) e assim poderem ser empregues como Força de Reação Rapida (Quick Reaction Force – QRF) podendo intervir em qualquer zona do País.

A 14ª FND é constituída tendo como base o 2º Batalhão de Infantaria Paraquedista, unidade do encargo operacional da Brigada de Reação Rápida (BRR) do Exército Português. Esta FND apresenta a seguinte constituíção:

  • Comando e Estado-Maior;
  • Uma unidade de escalão companhia de manobra, constituída por 3 pelotões de Paraquedistas;
  • Um módulo conjunto de informações;
  • Um módulo de viaturas blindadas Pandur;
  • Uma equipa TACP (tactical air control party) da força aérea portuguesa;
  • Um destacamento de apoio, constituído por;
    • Comando;
    • Secção mini uav;
    • Módulo de route clearance;
    • Módulo sanitário;
    • Módulo de comunicações;
    • Módulo de reabastecimento e serviços;
    • Módulo de alimentação;
    • Módulo de manutenção.

A força tem um efetivo de 215 militares, oriundos de 27 unidades, estabelecimentos e órgãos do Exército, da Marinha (2 Fuzileiros) e da Força Aérea (3 TACP), nomeadamente 25 oficiais, 55 sargentos e 135 praças.

Esta Força será comandada pelo Tenente Coronel Vladimiro Cancela que na sua carreira, entre outras funções nas Forças Armadas, se destacam o Comando da companhia de Precursores  Aeroterrestres, 2º Comandante do 2º BIPara e Comandante do Batalhão Operacional Aeroterrestre. Esteve também presente em várias missões Internacionais em teatros de operações como o  Kosovo, Afeganistão, Bósnia e Republica Centro Africana.

A Força, de acordo com os meios humanos e materias, assim como o treino desenvolvido, terá a capacidade para:

  • Efetuar a proteção de civis;
  • Efetuar operações de vigilância e de recolha de informações;
  • Executar Patrulhas de Segurança;
  • Proteger entidades ou outras Forças;
  • Efetuar reconhecimentos na Área de Operações;
  • Responder reactivamente a uma crise em evolução rápida;
  • Executar operações de Cerco e Busca;
  • Segurar/negar a utilização do terreno ou de infraestruturas–chave;chave;
  • Dirigir a execução de fogos de helicópteros de ataque;
  • Executar operações de extração/resgate quando autorizado;
  • Executar atividades CIMIC (Civil Military Activities).

Tivemos mais uma vez o prazer de acompanhar alguns do exercícios de preparação do 2º BIPara, que, como é seu apanágio, aplicam um MINDSET de combate muito directo, agressivo e eficaz. Este Batalhão beneficia de Veteranos do teatro de Operações da RCA, o que depois se vê espelhado no tipo de treino que foi incutido neste aprontamento e assim poderem combater o ambiente Volátil, Incerto, Complexo, ,Ambíguo e Urbano (VICAU), existente naquele País.

Com o treino muito focado na intervenção contra os grupos armados que atacam as populações civis da RCA, assitimos a uma demonstração do 2º BIPara onde se executava um golpe de mão para prender ou eliminar um grupo armado que havia executado várias atrocidades contra os civis. Os Portugueses limparam assim um compound, numa exibição de poder de fogo e coordenação, que culminou com os objectivos cumpridos, mesmo fazendo face à complexa missão que é trabalhar em áreas edificadas.

Queremos deixar aqui o nosso agradecimento ao Exército e aos elementos que constítuem a 14ª FND pela amizade que tiveram para com a nossa revista e nos proporcionaram estas belas imagens. Os elementos do 2º BIPara tratam-nos sempre com grande camaradagem o que facilita em muito o nosso trabalho de divulgação das Forças Armadas Portuguesas.

Desejamos a todos uma excelente missão.

Pode ver algumas imagens, de partes do treino executado pelo 2º Batalhão de Paraquedistas do Exército Português a quando do aprontamento da 14ªFND:

Pode também ver aqui um vídeo de um treino de arrombamento e brecha do 2º Batalhão de Paraquedistas:

TACP da Força Aérea Portuguesa no Exercício Hot Blade 2023

Este artigo tem o patrocínio da ARISTA Aviation e Sodarca Defense

Black Hawk recondicionado para as forças Policiais nos Estados Unidos (foto da Arista Aviation).

Tivemos mais uma vez o prazer e a honra de acompanhar o TACP (Tactical Air Control Party) da Força Aérea Portuguesa no exercício Hot Blade 023 (HB23). O TACP também conhecidos em Português como Destacamento de Controlo Aéreo Tático ou até mesmo por Controladores Aéreos Avançados,  foi implementado em Portugal em 1996 e poderá ser descrito como um conjunto de pequenas equipas (na sua versão base atual com 2 militares, podendo no entanto variar em tamanho, dependendo da unidade terrestre que apoiam ou da missão para que são requisitados) tendo como tarefa a gestão do espaço aéreo em áreas remotas, com o objetivo de guiar aeronaves em operações militares.

Estas equipas desenvolvem as suas ações à volta do militar com a qualificação de JTAC (Joint Terminal Attack Controller). Este militar executa o guiamento de aeronaves de combate de asa fixa ou rotativa, a partir de uma posição avançada no terreno, em franca proximidade com forças inimigas, integrando o armamento aéreo com o fogo e movimento das unidades terrestres, sendo estas ações aéreas designadas como Apoio Aéreo Próximo (CAS – Close Air Support). Esta designação de JTAC, anteriormente era mais conhecida como FAC (Forward Air Controller), no entanto em algumas Forças Armadas ainda é esta a sua designação oficial. Em Portugal, uma equipa TACP de 2 elementos é constituída por um JTAC e por um Operador de Sistemas, podendo ser sempre reforçada por um Air Liaison Officer (ALO), Oficial de ligação à força apoiada.

O HB23 é um exercício de helicópteros organizado pela Força Aérea Portuguesa, no âmbito do Helicopter Exercise Programme, da Agência Europeia de Defesa (EDA), e está a  decorrer a partir da Base Aérea N.º 11, em Beja, de 7 a 23 de Junho 2023. Conta com a participação de cerca de 750 militares e 25 meios aéreos (15 helicópteros e 10 aeronaves de asa fixa) de Portugal, Áustria, Bélgica, República Checa, Eslováquia e Suíça.

O objetivo passa por aumentar a interoperabilidade das operações entre os Estados-Membros da EDA, expondo as forças armadas participantes a um ambiente operacional complexo, no qual podem treinar técnicas, táticas e procedimentos, preparando-as para alguns dos atuais teatros de conflito e missões de apoio humanitário.

Neste exercício tivemos o privilégio de acompanhar em primeira mão a inserção de um elemento do TACP por salto de Paraquedas em Tandem guiado por um elemento da Companhia de Precursores Aeroterrestres (CPrecs) do Exército Português. Alguns dos elementos da CPrecs têm também formação de CCT (Combat Control Team) pelo que aliaram esforços para conduzir um complexa manobra aerotransportada que implicou um assalto aéreo de Helicopteros Belgas e Suiços pelo 2º Batalhão de Paraquedistas como força de cerco, seguido de uma ação directa no objectivo pela Força de Operações Especiais do Exército transportada por EH101 Português e Mi171 Checo, com Top Cover pelo Destacamento de Ações Especiais da Marinha em dois Koalas Portugueses, seguido de um Vehicle Interdiction pelos mesmos. Culminado com o apoio e extração da FOE por uma Quick Reaction Force de Comandos em viaturas VAMTAC e um Med Evac por um BlackHawk Eslovaco com militares do NOTP da FAP. No meio da complexa manobra ainda foi solicitado Close Air support (CAS) a um F16 Português.

 

Tal como o exercicio o voltou a demonstrar, o TACP assume-se como uma capacidade preponderante para as Forças Armadas Portuguesas, no âmbito da contribuição do poder aéreo para as operações terrestres. Nas palavras da Força Aérea Portuguesa “Esta unidade constitui-se como uma força de caráter expedicionário, flexível e modular a qualquer tipo de força terrestre ou anfíbia, capaz de operar a partir de locais remotos e de forma maioritariamnete autónoma, sob quaisquer condições meteorológicas, durante o dia ou noite.”

Mais uma vez gostaríamos de agradecer à Força Aérea, a todos os militares participantes no exercício, e especialmente aos elementos do TACP, toda a camaradagem e disponibilidade que mostraram para contribuir para esta reportagem fotográfica.

Veja também alguns Vídeos do Exercício.

Os Comandos no aprontamento da 13ª Força Nacional Destacada para a Republica Centro Africana

Este artigo tem o patrocinío da Sodarca Defense:

O aprontamento dos Comandos do Exército Português e a respetiva 13ª Força Nacional Destacada (FND) para a Republica Centro Africana ficou no concluído no passado Mês de Abril de 2023.

Comprometido com os compromissos internacionalmente assumidos por Portugal, o Exército garante a prontidão e o emprego da componente terrestre das Forças Armadas, através da geração, preparação, aprontamento e sustentação das suas Forças, como contribuinte ativo para a Segurança e Paz Mundial. Neste âmbito, o Exército projetou na passada madrugada de 1 de junho de 2023 a 13.ª Quick Reaction Force Conjunta, no âmbito da Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic (13.ª QRF/MINUSCA), para o Teatro de Operações da República Centro-Africana.

A 13.ª Quick Reaction Force (13QRF) teve como unidade mobilizadora o Regimento de Comandos, e por base o Batalhão de Comandos. Esta força é composta por 215 militares, maioria do Exército Português, 2 dos Fuzileiros da Marinha Portuguesa e 4 do TACP da Força Aérea Portuguesa, tendo aprontado no Regimento de Comandos, no Quartel da Serra da Carregueira assim como utilizando outras unidades do Exército.

Esta força iniciou o seu Aprontamento a 21 de Novembro de 2022. Esta faze de preparação para a missão na RCA teve uma duração de 6 meses, e foi dividido em três fases; Aprontamento Administrativo-Logístico; Treino Orientado para a Missão; Preparação da Projeção.
Durante o Aprontamento foram usadas mais de duas dezenas de URO VAMTAC ST5, 4 PANDUR 8×8, assim como diversas viaturas administrativas.
A Companhia de Comandos, durante o Treino Orientado para a Missão, participou em diversos exercícios, desde o escalão de Grupo de combate até Companhia: ESTIO 222, MORCEGO 231, exercício conjunto com a equipa TACP (Tactical Control Air Party), ESTIO 231, culminando com o BANGUI 231.

Além dos exercícios toda a Companhia, ou Força, teve formação ou treino em: TCCC/TC3 (Tactical Combat Casualty Care), Condução Todo o Terreno, Combate em Ambiente Urbano, Combate em Ambiente Normal (Convencional), Tiro com armas individuais e coletivas (desde individual a escalão grupo de Combate), Combate corpo a corpo e Krav Maga e todas as TTP (Técnicas Táticas e Procedimentos) de combate.

As missões anteriores, demonstraram a importância de se conseguir operar nas aldeias e cidades daquele País. Os grupos armados têm-se refugiado em várias localidades onde muitas das vezes as operações acabam por resultar em buscas casa a casa, o que aumenta significativamente o perigo para os militares envolvidos. Os Comandos deram assim bastante enfase ao treino com áreas edificadas (MOUT-Military Operations in Urban Terrain) e ao combate a curtas distancias que se poderá desenvolver nessas áreas (CQB – Close Quarters Battle).

Neste aprontamento tivemos a oportunidade de assistir a vários tipos de operações, no entanto damos especial enfase às operações de reforço de outras unidades em perigo, em que a QRF de Comandos é chamada a intervir e seguindo a sua doutrina de unidade extremamente musculada, usa de extrema violência pelo emprego de poder de fogo com um volume devastadoramente intenso e assim acabar rapidamente com qualquer ameaça que estivesse a atacar as forças aliadas.

Não podemos deixar aqui de não agradecer a camaradagem e amizade que os Militares do Regimento de Comandos têm sempre para com a nossa revista. É um prazer acompanhar militares com esta dedicação ao que é combater e sempre com o Mindset aguçado para a próxima batalha. Desejamos que a missão corra de feição a todos.