TACP da Força Aérea Portuguesa no Exercício Hot Blade 2023

Este artigo tem o patrocínio da ARISTA Aviation e Sodarca Defense

Black Hawk recondicionado para as forças Policiais nos Estados Unidos (foto da Arista Aviation).

Tivemos mais uma vez o prazer e a honra de acompanhar o TACP (Tactical Air Control Party) da Força Aérea Portuguesa no exercício Hot Blade 023 (HB23). O TACP também conhecidos em Português como Destacamento de Controlo Aéreo Tático ou até mesmo por Controladores Aéreos Avançados,  foi implementado em Portugal em 1996 e poderá ser descrito como um conjunto de pequenas equipas (na sua versão base atual com 2 militares, podendo no entanto variar em tamanho, dependendo da unidade terrestre que apoiam ou da missão para que são requisitados) tendo como tarefa a gestão do espaço aéreo em áreas remotas, com o objetivo de guiar aeronaves em operações militares.

Estas equipas desenvolvem as suas ações à volta do militar com a qualificação de JTAC (Joint Terminal Attack Controller). Este militar executa o guiamento de aeronaves de combate de asa fixa ou rotativa, a partir de uma posição avançada no terreno, em franca proximidade com forças inimigas, integrando o armamento aéreo com o fogo e movimento das unidades terrestres, sendo estas ações aéreas designadas como Apoio Aéreo Próximo (CAS – Close Air Support). Esta designação de JTAC, anteriormente era mais conhecida como FAC (Forward Air Controller), no entanto em algumas Forças Armadas ainda é esta a sua designação oficial. Em Portugal, uma equipa TACP de 2 elementos é constituída por um JTAC e por um Operador de Sistemas, podendo ser sempre reforçada por um Air Liaison Officer (ALO), Oficial de ligação à força apoiada.

O HB23 é um exercício de helicópteros organizado pela Força Aérea Portuguesa, no âmbito do Helicopter Exercise Programme, da Agência Europeia de Defesa (EDA), e está a  decorrer a partir da Base Aérea N.º 11, em Beja, de 7 a 23 de Junho 2023. Conta com a participação de cerca de 750 militares e 25 meios aéreos (15 helicópteros e 10 aeronaves de asa fixa) de Portugal, Áustria, Bélgica, República Checa, Eslováquia e Suíça.

O objetivo passa por aumentar a interoperabilidade das operações entre os Estados-Membros da EDA, expondo as forças armadas participantes a um ambiente operacional complexo, no qual podem treinar técnicas, táticas e procedimentos, preparando-as para alguns dos atuais teatros de conflito e missões de apoio humanitário.

Neste exercício tivemos o privilégio de acompanhar em primeira mão a inserção de um elemento do TACP por salto de Paraquedas em Tandem guiado por um elemento da Companhia de Precursores Aeroterrestres (CPrecs) do Exército Português. Alguns dos elementos da CPrecs têm também formação de CCT (Combat Control Team) pelo que aliaram esforços para conduzir um complexa manobra aerotransportada que implicou um assalto aéreo de Helicopteros Belgas e Suiços pelo 2º Batalhão de Paraquedistas como força de cerco, seguido de uma ação directa no objectivo pela Força de Operações Especiais do Exército transportada por EH101 Português e Mi171 Checo, com Top Cover pelo Destacamento de Ações Especiais da Marinha em dois Koalas Portugueses, seguido de um Vehicle Interdiction pelos mesmos. Culminado com o apoio e extração da FOE por uma Quick Reaction Force de Comandos em viaturas VAMTAC e um Med Evac por um BlackHawk Eslovaco com militares do NOTP da FAP. No meio da complexa manobra ainda foi solicitado Close Air support (CAS) a um F16 Português.

 

Tal como o exercicio o voltou a demonstrar, o TACP assume-se como uma capacidade preponderante para as Forças Armadas Portuguesas, no âmbito da contribuição do poder aéreo para as operações terrestres. Nas palavras da Força Aérea Portuguesa “Esta unidade constitui-se como uma força de caráter expedicionário, flexível e modular a qualquer tipo de força terrestre ou anfíbia, capaz de operar a partir de locais remotos e de forma maioritariamnete autónoma, sob quaisquer condições meteorológicas, durante o dia ou noite.”

Mais uma vez gostaríamos de agradecer à Força Aérea, a todos os militares participantes no exercício, e especialmente aos elementos do TACP, toda a camaradagem e disponibilidade que mostraram para contribuir para esta reportagem fotográfica.

 

Os Comandos no aprontamento da 13ª Força Nacional Destacada para a Republica Centro Africana

Este artigo tem o patrocinío da Sodarca Defense:

O aprontamento dos Comandos do Exército Português e a respetiva 13ª Força Nacional Destacada (FND) para a Republica Centro Africana ficou no concluído no passado Mês de Abril de 2023.

Comprometido com os compromissos internacionalmente assumidos por Portugal, o Exército garante a prontidão e o emprego da componente terrestre das Forças Armadas, através da geração, preparação, aprontamento e sustentação das suas Forças, como contribuinte ativo para a Segurança e Paz Mundial. Neste âmbito, o Exército projetou na passada madrugada de 1 de junho de 2023 a 13.ª Quick Reaction Force Conjunta, no âmbito da Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic (13.ª QRF/MINUSCA), para o Teatro de Operações da República Centro-Africana.

A 13.ª Quick Reaction Force (13QRF) teve como unidade mobilizadora o Regimento de Comandos, e por base o Batalhão de Comandos. Esta força é composta por 215 militares, maioria do Exército Português, 2 dos Fuzileiros da Marinha Portuguesa e 4 do TACP da Força Aérea Portuguesa, tendo aprontado no Regimento de Comandos, no Quartel da Serra da Carregueira assim como utilizando outras unidades do Exército.

Esta força iniciou o seu Aprontamento a 21 de Novembro de 2022. Esta faze de preparação para a missão na RCA teve uma duração de 6 meses, e foi dividido em três fases; Aprontamento Administrativo-Logístico; Treino Orientado para a Missão; Preparação da Projeção.
Durante o Aprontamento foram usadas mais de duas dezenas de URO VAMTAC ST5, 4 PANDUR 8×8, assim como diversas viaturas administrativas.
A Companhia de Comandos, durante o Treino Orientado para a Missão, participou em diversos exercícios, desde o escalão de Grupo de combate até Companhia: ESTIO 222, MORCEGO 231, exercício conjunto com a equipa TACP (Tactical Control Air Party), ESTIO 231, culminando com o BANGUI 231.

Além dos exercícios toda a Companhia, ou Força, teve formação ou treino em: TCCC/TC3 (Tactical Combat Casualty Care), Condução Todo o Terreno, Combate em Ambiente Urbano, Combate em Ambiente Normal (Convencional), Tiro com armas individuais e coletivas (desde individual a escalão grupo de Combate), Combate corpo a corpo e Krav Maga e todas as TTP (Técnicas Táticas e Procedimentos) de combate.

As missões anteriores, demonstraram a importância de se conseguir operar nas aldeias e cidades daquele País. Os grupos armados têm-se refugiado em várias localidades onde muitas das vezes as operações acabam por resultar em buscas casa a casa, o que aumenta significativamente o perigo para os militares envolvidos. Os Comandos deram assim bastante enfase ao treino com áreas edificadas (MOUT-Military Operations in Urban Terrain) e ao combate a curtas distancias que se poderá desenvolver nessas áreas (CQB – Close Quarters Battle).

Neste aprontamento tivemos a oportunidade de assistir a vários tipos de operações, no entanto damos especial enfase às operações de reforço de outras unidades em perigo, em que a QRF de Comandos é chamada a intervir e seguindo a sua doutrina de unidade extremamente musculada, usa de extrema violência pelo emprego de poder de fogo com um volume devastadoramente intenso e assim acabar rapidamente com qualquer ameaça que estivesse a atacar as forças aliadas.

Não podemos deixar aqui de não agradecer a camaradagem e amizade que os Militares do Regimento de Comandos têm sempre para com a nossa revista. É um prazer acompanhar militares com esta dedicação ao que é combater e sempre com o Mindset aguçado para a próxima batalha. Desejamos que a missão corra de feição a todos.