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No Mês de Novembro de 2017 o 2º Batalhão de Páraquedistas, reforçados pela Companhia de Precursores, a Secção de Cães de Guerra, e em coordenação com a Força Aérea realizou o Exercício Ares17. Este exercício serviu para treinar infiltrações por Paraquedas de pequenas unidades (escalão Pelotão), de modo a posicionar rapidamente militares em zonas estratégicas distintas, com o objectivo de, de seguida executar missões de perseguição de grupos armados e destruição das suas posições armadas.
Após a infiltração por Para-quedas, 3 Pelotões iniciaram a marcha nocturna apeada até aos objectivos designados. Ao longo de cerca de 25km, a força teve de ser completamente autónoma pois não existia qualquer capacidade de reabastecimento. Isto implicou um planeamento adequado do equipamento a levar, especialmente a nível de poder de fogo. Com múltiplos grupos armados na zona e com a expectativa de múltiplas ações de contacto com o inimigo os Paraquedistas foram preparados para o pior. Embora possuam aparelhos de visão nocturna, estes ainda não são em números suficientes e estão um pouco ultrapassados, isto foi muito evidente neste exercício que mais uma vez serviu para tirar lições para futuras missões. A capacidade de combate nocturna é essencial, e a lacuna nesta capacidade dificultou muito a actuação dos militares neste exercício.
Felizmente os Batalhões de Paraquedistas estão a ser equipados com material de grande qualidade. Para além da protecção individual de cada militar ter melhorado muito com os novos capacetes e coletes táticos, o equipamento permite transportar mais carregadores prontos a usar, e no caso das equipas de Metralhadora Mg3, o transporte de fitas mais acessíveis e protegidas de sujidades. Os Paraquedistas estão em vantagem sobre a maioria das outras Forças Especiais Portugueses pois, para além das Forças de Operações Especiais do Exército e da Marinha, são a única força que está equipada com uma espingarda de assalto.
A Galil em 5,56x45mm é uma arma antiga, no entanto ainda com bastante polivalência (especialmente as que já estão equipadas com rails da Brügger & Thomet), mas que em tudo é superior ao uso da espingarda automática G3. Neste caso, os militares do 2º Batalhão de Paraquedistas conseguiram cada um transportar 9 carregadores ( 315 munições prontas para combate) o que se revelou fundamental para garantir um volume de fogos suficientes para dar resposta às ações de contacto que foram aparecendo ao longo da missão. Para além da evidente facilidade em transportar mais munições, também é muito mais fácil fazer fogo eficaz com esta arma, o que faz com que qualquer supressão do inimigo seja empregue com mais letalidade. Para além disso, se pensarmos que às distancias normais de combate moderno, a energia cinética da munição 5,56x45mm é tal que permite perfurar a maioria da blindagem individual, coisa que não acontece com o calibre 7,62x51mm que é mais lento e pesado e é apenas útil para grandes distancias (o que apenas acontece em confrontos em situações muito esporádicas e em teatros mais desérticos ou árticos), o uso do calibre 5,56x45mm é mais indicado para a maioria dos confrontos da actualidade.
O Exercício serviu para afinar muitos aspectos técnicos táticos importantes, tanto ao nível do combate nocturno como ao nível da avaliação de equipamentos novos e da lacuna de outros. Nos últimos dias do Ares17 foram realizadas algumas sessões de tiro real de modo a aprimorar todas as capacidades individuais e colectivas dos Paraquedistas envolvidos nas manobras militares. A nossa revista teve o previlégio de poder acompanhar todo o desenrolar do mesmo e para breve teremos também alguns vídeos para os nossos leitores apreciarem.