DeepInfil 21 – Exercício do Exército Português e das Forças Armadas Alemãs

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Aos primeiros raios de luz, já as forças do Exército Português se encontram em posição para tomarem de assalto as posições de um acampamento terrorista. Há 3 noites atrás, um destacamento da Companhia de Precursores dos Paraquedistas do Exército Português, juntamente com elementos Sniper da Força de Operações Especiais, já haviam feito uma incursão noturna por salto operacional de grande altitude para a área, e reportavam para a cadeia de comando todos os movimentos inimigos, preparando assim o terreno para a inserção noturna por Paraquedas de duas Companhias de Paraquedistas, que iriam executar o assalto final. Nessa noite preparam e assinalam toda a Drop Zone, fazendo assim todo o link up com a Força de Assalto.

Ao mesmo tempo que os Precursores Portugueses haviam sido inseridos no terreno, militares do Spezialisierte EGB Forces (Specialized Army Forces with Expanded Capabilities for Special Operations), pertencentes à 1ª Brigada Aerotransportada do Exército Alemão, também executam saltos de grande altitude para pontos chaves da área de operações, de modo a poderem controlar rotas de aproximação ou fuga, dando assim apoio directo a esta operação.

Esta não é uma operação real, mas é uma hipotética missão que o Exército Português esteve a treinar no Exercicio DeepInfil 021, juntamento com a Força Aérea e Exército Alemão.

O Exercício DEEPINFIL 21, decorreu de 9 a 19 de Novembro, no Aeródromo Militar de Tancos, onde está sediado o Comando da Brigada de Reação Rápida do Exército Português, e contou com a participação do Batalhão Operacional Aeroterrestre (BOAT) do Regimento de Paraquedistas, de militares do Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE), da Força Aérea Alemã e da 1st German Airborne Brigade, sediada em Fritzlar, na Alemanha. Para este exercício, as Forças Armadas Alemãs enviaram para Portugal 172 Militares, 3 Aeronaves e várias viaturas.

Este exercício, que integra o ciclo de treino operacional do BOAT, serviu para treinar o planeamento de operações aerotransportadas e a execução de infiltrações do Destacamento de Precursores, integrando elementos da Força de Operações Especiais, por intermédio de saltos de abertura manual a altitudes fisiológicas e não fisiológicas.

Alguns dos Militares Portugueses também completaram neste exercício, os Cursos de Queda Livre Operacional e de Piloto de Tandem Operacional. O Curso de Queda Livre Operacional destina-se a habilitar os militares com as competências necessárias para serem infiltrados no Teatro de Operações através de saltos em queda livre, com equipamento de combate e sistema de oxigénio a grandes altitudes, em ambiente diurno ou noturno. O Curso de Piloto de Tandem Operacional destina-se a preparar o militar para desempenhar a função de Piloto Tandem na Companhia de Precursores, realizar infiltrações a grande altitude através de saltos em paraquedas do tipo “asa”, utilizando para o efeito um equipamento bilugar, transportando um passageiro e cargas até 200 kg. Esta valência permite incluir na constituição da força a projetar um ou mais especialistas não qualificados em queda livre operacional.

Estes militares altamente especializados fazem parte das forças de reação rápida da NATO e a interação entre os Precursores Portugueses e forças Alemães permitiu o intercâmbio de técnicas, táticas e procedimentos, potenciando a criação de sinergias no treino, metodologias e procedimentos técnicos aeroterrestres entre todos os participantes.

Os Paraquedistas de ambas as Nações aproveitaram as excelentes condições meteriológicas que o nosso País proporciona, treinando assim saltos táticos de paraquedas com equipamento de combate, tanto de dia como de noite, usando as aeronaves Alemãs A400M e Skytrucks M28, que este País enviou para este exercício.

Pode também vizualizar um vídeo do exercício onde observa Militares da Companhia de Percurssores dos Paraquedistas Portugueses e do Centro de Tropas de Operações Especiais do Exército Português: